quinta-feira, 15 de outubro de 2009

trabalho



"o trabalho liberta" é uma frase com significado muito negro associado. não é dessa parte negra que o post trata, é dos objectivos do trabalho.

recuso começar pelo dinheiro, duvido até que chegue a essa parte.

o objectivo mais relevante do trabalho é a realização e satisfação pessoal (não é para rir). é justo afirmar que muita gente que trabalha não retira essa realização e satisfação pessoal, mas isso não invalida o que escrevi antes, apenas aponta para o facto de muita gente estar a fazer o trabalho errado ou da forma errada.

na realidade, quem quiser ser franco (e tiver o mérito de não caber na muita gente do parágrafo anterior), reconhece o que escrevi, que trabalho é fonte de prazer, satisfação e engrandecimento. mesmo que não seja todo o trabalho que fazemos (eu venho de burocracias, na câmara municipal de coimbra, tenho de reconhecer excepções), é importante que o grosso (em volume, importância ou impacto) seja satisfatório.

por exemplo, moi. eu sou arquitecto, não me vejo a conseguir deixar de o ser (mas a vida gira e gira e gira), mas acabo por ser mais coisas: dono de casa (dos bons, não riam. é vir provar o meu bacalhau à brás.....), fui formador, faço carpintaria (da má), consultadoria (de precisão), mudanças (em expansão, vou começar a cobrar para financiar viagem a new york, ver os knicks e passear na neve), aconselhamento matrimonial (e outros), passeador de cães e, pelo menos, vendedor de sonhos.

pai não incluo na lista, é tal o prazer, que extravasa.

para finalizar (fechar círculo, era onde queria chegar desde o início), fica uma das minhas mais idiotas e infalíveis teorias visando a espécie humana: gente amarga com a vida e os outros, ou não retira prazer do trabalho ou do(a) companheiro(a). e como isso se pega, provavelmente não retira prazer de lado nenhum. é idiota, mas raramente falha.

p. s.- o que mais adoro no chão da minha casa não é ser lindo de morrer, é termos sido capazes de o acabar, lindo, antes de morrermos. agora olho para ele e vale mais que o resultado final, vale o trabalho, meu e de quem transpirou comigo, alimentado a tostas de galinha e imperiais.....

6 comentários:

  1. se dizes só isso, estás a desfazer na cerveja.......

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  2. cerveza é bom em todo o lado, especial ali eram (são) as tostas.

    Não me tiram da cabeça que o S caiu do letreiro, e o nome do botequim ficou «escondido».
    Algum ingrediente especial eles deve meter nas tostas ;-)

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  3. concordo contigo, eles dão uma explicação manhosa, mas vê-se que é para disfarçar.

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  4. eu nao chamaria trabalho ao bicho, chamaria creatividade, necessidade de ter um projecto pessoal. isso (o que tu fazes) nao e' trabalho como fazer a recolha do lixo, por exemplo (estou sem acentos no computador). eu entendo perfeitamente a tua opiniao, mas acho que ha mais a dizer sobre o tema. o trabalho pode ser escravizante, mal remunerado, mortificador, controlador, e esse trabalho nao faz bem a ninguem.

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  5. essa parte é aquela em que digo que há muita gente a fazer o trabalho errado ou da forma errada.
    sei de trabalhos muito exigentes que são tremendamente recompensadores, se os fizeres na perspectiva justa. foi deles que escrevi no p. s., tornou-se justo porque foi feito na perspectiva justa, fraternal, apesar de quase monstruoso, porque a minha casa é grandita.
    mas reconheço que há mais a dizer acerca do assunto, muito mais

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