quinta-feira, 30 de junho de 2011

o anti-desporto



na grécia antiga, primórdios do olimpismo, as guerras paravam para os jogos decorrerem. mais longe, mais forte, mais rápido, homens (na altura não participavam mulheres) excediam-se, alcançavam e ultrapassavam limites por glórias pessoais e de estados nação.

certamente já havia batotas, interesses, rivalidades, mas os jogos ficaram até hoje (prolongando-se nos de hoje) como símbolo do que há puro no desporto (apesar de boicotes políticos, "transferências" de nacionalidade interessadas (não sou muito a favor de fronteiras nacionalistas, mas não gosto de chico-espertices), batotas químicas e da vertente económica).

sim, o desporto hoje já não é assim tão belo.

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o tour de france vai começar no fim de semana, sem que nenhum adepto razoável tenha a ilusão que a corrida está limpa de doping.

afinal, o campeão, alberto contador, que se apresenta a defender a vitória do ano passado, foi controlado positivo, e pode correr, porque apresentou como explicação ter comido carne contaminada (e jura que não voltou a comer carne desde então, nem voltará enquanto competir), explicação aceite (aguarda decisão final, o que não o impede de correr). na apresentação da corrida deste ano, foi assobiado pelo público, mas corre na mesma, porque a vergonha não lhe pesa ao trepar montanhas (deve pesar, mas o doping alivia).

o maior adversário é um rapaz suíço, andy schleck, nunca apanhado em controlo, cuja equipa é treinada por bjarne riis, antigo ciclista dinamarquês que ganhou a prova em 1996, sem controlos positivos. já retirado e a treinar, admitiu recentemente ter-se dopado, inclusive na corrida de 1996, mas continua a treinar a equipa (provavelmente porque a experiência, nestas coisas, vale a amarela).

floyd landis ganhou em 2006, foi testado positivo e perdeu os louros. reclamou, andou anos nos tribunais a descredibilizar os laboratórios que analisaram a análise e, finalmente, sem mais recursos possíveis, admitiu o doping e acusou outros, nomeadamente,

lance armstrong, 7 vezes vencedor, sem qualquer controlo positivo. acusado por vários colegas de se ter dopado, nega ainda e sempre. não é fácil acreditar, no entanto, que um fulano, num pelotão de dopados, tenha ganho 7 vezes limpo.

a lista de ciclistas dopados é extensa, sendo o tour de france palco excelente. a corrida deste ano começa sábado, para utópicos.

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a nba entra hoje em lockout.

eu adoro aquilo quase tudo, excepto a vertente mercantil.

lá, trocam-se contratos de jogadores por interesses de clubes (franchise), sendo estes (e famílias) obrigados a mudar de vida de um momento para outro, sem direito a palavra. basicamente, são mercadorias, bens (assets) principescamente pagos.

curiosamente, não é esse o motivo para o lockout (que se traduz num parar de tudo, suspensão do campeonato e tudo que tem associado). o problema é que os donos dos clubes acham que estão a pagar demais aos jogadores e querem regras novas, que lhes garantam lucros. os jogadores, curiosamente, também não reclamam deixar de ser tratados como mercadoria, querem apenas garantir os valores dos salários actuais.

tudo parado por tempo indeterminado, até milionários chegarem a acordo como dividir bilhões.

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já as paixões que o desporto provoca são conhecidas, principalmente no futebol.

se são belas quando se ganha (o atlético subiu!), podem ser vergonhosas quando se perde. exemplo mais recente é o do river plate, clube que desceu de divisão pela primeira vez na sua história de 110 anos, com os hinchas a expressarem a desilusão violentamente.

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nada como o beach volley, digo eu. ou cheese rolling. ou strip poker. (o quê? não é desporto?)

dreaming reality



i was in a bar, with milady.

also there, was a guy that looks just like a character in a television series ("pillars of the earth", the big bad guy, there), using a lap top (not the big sword, from the show). we wanted to use ours, to, and i went looking for the pretty waitress (whose face i knew, but couldn't remember were from), to ask for the wireless password.

so, i into myself in the large kitchen (i do that, really), and found the owner, lived lady, dressed just like carmen miranda, without the bananas. she was holding a jar of fruit juice (i bet pineapple), and come towards me, lovely smile on her face, questioning what i need.

there was a bird singing, out of sight, and i inquire about were....

rriiiinng.

then my phone rings and i wake up. fast call from a client. time to rise butt, unfortunately, leave dreams behind.

yet, the some bird was still singing, outside my window, and i was now awake. there was reality in my dream, witch is a nice balance, 'cause i abuse dreaming in my reality.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

a querida júlia e o shocolari



tenho ido almoçar a casa de um cliente (com evidente prejuízo para a linha) quase todos os dias, esta semana. lá, calha ligar-se a televisão para ver o noticiário da uma, e ontem calhou ser na sic.

antes das notícias, estava a dar o "querida júlia". para quem não segue televisão a esta hora, é um programa apresentado pela querida júlia pinheiro (que eu tenho ideia de em tempos muito remotos ter tido pretensão de ser jornalista, mas pode ser a minha memória fraca a trair-me outra vez). hoje, a júlia apresenta programas (no plural, porque também apresenta um acerca de pessoas gordas que tentam perder peso, numa competição que passa na tv (sim, porque cada um faz o que quer com a respectiva gordura excessiva), espectáculo muito dramático).

no "querida júlia" só apanhei o final (não sei se o programa é todo assim ou foi sorte), ela fala de assaltos, acidentes e outras desgraças, mas com classe, nada como o albarran "o horror, a tragédia....". com um toque de moral, ela faz uma cara de quem não acredita no mal que as pessoas se fazem, no mal que o mundo está, e suponho que transmita a quem vê, esperança....

não, não é esperanças que ela transmite, é o mesmo horror e a mesma tragédia, noutro tom. suponho mesmo que ela pense que as pessoas são estúpidas de ver aquilo. não, também não pensa, ela deve saber, mais a produção e os analistas de audiências.

o shocolari dizia, "e o burro sou eu?". ele sabia quem era(m), e a querida júlia sabe quem são.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

sorri



é só porque foi dia de betonagem (vídeo no facebook), e tinha falado das centerfolds (fotografia no facebook) das janelas das cabines.

e também porque na janela da camionete grua estava esta frase, e porque as pessoas andam tristes, e sorriem pouco, e é capaz de ter tudo a ver.

nós, por cá, andamos a ver o spartacus.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

as eleições



como tenho andado preguiçoso nisto, hoje, que tenho a casa vazia, vou ser generoso e fazer dois post's. ou mais, se me apetecer, mas não sei se apetecerá.

não vou escrever das legislativas, nem da sucessão no ps, nem se o portas se vai governar, nem se o cavaco está a cumprir a constituição (tão mal tratadita anda, e há tanto tempo), nem da porcaria de emails que estou farto de receber acerca do fulano do mep (calhei numa maillist daquilo, e agora é spam todos os dias, das mais variadas fontes, como se eu fosse militante. é o que dá um gajo ser educado e não endereçar ninguém a outra parte, acho), nem do garcia pereira continuar fora do parlamento (certamente grouxo diria que não queria pertencer a um parlamento que deixasse de fora garcia).

vou escrever da associação académica de coimbra/ organismo autónomo para o futebol, que teve eleições ontem.

eu não sou da aac/oaf desde pequenino, mas já fui sócio e sou simpatizante desde que vim para coimbra, quando eles andavam pela segunda (que na altura não tinha a honra que tem hoje, era zona centro e chegava). simpatizo(ava) com o clube por questões de empatia de proximidade, mas principalmente porque era dos poucos (com o belém, até ao mateus do gil) que se orgulhava de realmente ter uma auréola de honestidade (e pobreza, esta sem orgulho mas também sem vergonha).

agora, e de há dois mandatos para atrás e pelo menos mais um para a frente, porque o simões reganhou, o clube abandalhou, envolvido na ligação bígama do presidente com funções de director de urbanismo na câmara municipal, culminadas, há pouco, em sentença condenatória a prisão efectiva (recurso pendente, o que deve querer dizer muito).

naturalmente, o engº simões acha que ter sido condenado (pendente recurso) não é impeditivo de se recandidatar e 57% das(os) sócias(os) concorda com ele.

muitas felicidades. ou profundos sentimentos.

betonando



uma das minhas actividades favoritas, profissionalmente, é assistir a betonagens.

gosto porque nessa altura o meu trabalho está feito, a ser executado e começa a ser visível, e pela logística e dinâmica do processo. gosto ainda mais porque já quase responsabilidade nenhuma tenho, o que me deixa numa situação de tranquilidade a observar o frenetismo (nem sei se a palavra existe) alheio.

pois na 2ª de manhã foi dia de betonagem (data da fotografia), e amanhã de tarde volta a ser (a parte final do muro, coisa delicada de marcar, principalmente sem topógrafo. quem não tem cão caça com gato, e o gato naquele muro sou eu).

hoje já lá fui, de manhã, marcar o outro muro ("que não mete medo a ninguém"), que tem um troço curvo, que marquei a spay no chão. e amanhã volta o camião do betão, com as centerfolds nas janelas laterais da cabine....

ah, as betonagens..... life's got it's days, in the building business.

domingo, 5 de junho de 2011

o jorge e a rita casaram



pre(s)- kinda drunk, hard long party.
wish gustavo were there, he would've ruled it. by the way, if you wanna have a real interesting weding, wed in the beach, all the girls take their sandals of....

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há alturas, momentos na vida em que temos certeza de estar certos.

eu tinha (e ainda tenho, inactivo, porque nunca abandonei mas já não uso há muito) um parâmetro de análise que é o seguinte: se olhar, algures durante a noite, para a pessoa a dormir a meu lado e comparando com qualquer outra, conhecida ou desconhecida, real ou imaginária, imaginária ou beyond imaginária, saber que estou com quem quero, nem me passar pela cabeça trocar, isso faz-me saber certo e com a pessoa certa.

estar assim certo aconteceu-me, consistentemente, duas vezes na vida (sem consistência, aconteceu mais duas ou três vezes, pelo menos. casos de má fortuna, erros meus, paixões ardentes. dores curadas).

hoje, a miúda mais gira da festa (depois da minha) meteu conversa comigo. estas são coisas que acontecem quando um gajo está acompanhado, nunca quando está sozinho (é um daqueles mistérios que ainda tenciono aprofundar, e depois partilho). aconteceu eu, dada a minha condição de felicidade, dedicar o mesmo carinho à moça que ao fulano a servir bebidas (que me acha fiel).

melhor ainda foi a moça se dedicar (muito) mais à minha (moça) que a mim, o que já não é para aqui chamado, para o assunto da minha felicidade presente (apesar de ser relevante, a outro nível, ou, não o sendo, ser pelo menos muito agradável).

there's a lot of happyness that spread from happy people
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o que quero escrever com isto é: hoje, o avô da joana, que não ouve e por isso tem dificuldade de comunicar, perguntou-me (e a conversa foi basicamente só isto): "estão felizes?", e eu fiquei abismado porque ele, perguntando só isto, perguntou tudo.

a resposta só pode ser: estás feliz; a caminho de ser feliz; ou errado.