sexta-feira, 25 de setembro de 2020

terça-feira, 15 de setembro de 2020

who do we love?











sub.título: why do we live?

algumas pessoas, por razões sanguíneas, genéticas. parece normal, mas em muitos casos não acontece. a verdade é que parece normal, e devia ser, mas tantas vezes não é, e agonia-me. estou a escrever de irmãos, pais, primos, tios, porque filhos é outro universo.

outras vezes, as mais doces delas, são pessoas que estão connosco. seja qual for a situação, connosco. não se explica. porque não é necessário nem possível, estão connosco., ou com as outras pessoas que amamos.

há uma pessoa que amo que  está a separar-se. dramas, dramatizações, ódios, raivas. trabalha comigo, e sou a única pessoa com quem se ri, com gosto. e rio com ele, com gosto. e custa-lhe um pouco menos, dói um pouco menos, a ele e a mim.

às pessoas que amamos, entendemos. e quando não entendemos, tentamos outra(s) vez(es), até entendermos. reconhecemos os defeitos, as insuficiências, mas amamos e sabemos que, mesmo quando parece que fazem merda, sabemos que a fizeram de coração escancarado (porque são boas, as minhas amigas são pessoas fabulosas, as vossas não sei), e entendemos, e estamos naquele canto, mesmo quando o nosso pugilista está todo estrafegado, é o nosso pugilista, e tomara poder comer parte dos golpes por ele, e por vezes até podemos, e custa menos a eles e a nós. we do not always have to win, but we always have to rise.

aos filhos é diferente, é mais, é sem limite. aos filhos, mesmo quando parece que erram, fazemos dos erros deles nossos, porque não lhos conseguimos evitar a eles, e carregamos com eles, aos erros deles, não lhos deixamos pesar (isto não é contigo, é com outro, mas se fosse contigo, era igual ou mais, porque és meu).

so, why do we live? we live to, and because, we love. when we love no more, we death. 

sábado, 5 de setembro de 2020

normal people














pré-scriptum:

Marianne (Daisy Edgar-Jones)  to Connell (Paul Mescal), speaking about his mother,  "she must be proud of you, you turned out so well as a human being"

Connell, "how did i turn out well?"

Marianne, "you're a nice person, you know how rare that is?"

binge watching this, but this is not about this

.

ando para escrever isto há tempos, porque me ocorreu há tempos e fiquei muito contente comigo por me ter ocorrido, follow me.

pergunta: "qual a primeira coisa a observar quando nos deparamos com outra pessoa, e iniciamos uma análise?".

há muitas respostas a esta pergunta, mas só uma está certa. a resposta que está certa é, "ao observarmos uma pessoa, temos imediatamente de ver que estamos perante um ser humano".

qualquer outra observação feita antes disto, está comprometida, por ausência de humanismo. esta observação é rápida, simples, imprescindível, e mantém efectividade até que a pessoa se desumanize.

não (re)conheço excepções a estas afirmações.

depois, a observação do outro é pessoal, cada um faz como faz, não há propriamente certos e errados, já escrevi acerca disto, na perspectiva de como cada um se define.

claro que o modo como, após reconhecer a humanidade da outra alma, vemos os outros também nos define, mas isso já extrapola o post.


quinta-feira, 3 de setembro de 2020

i need to sharpen up my play



i'm so hyped, what a cherish day it was.

stuff i did some few years ago still matter. differently  stuff, actually, on different people, still linger and sometimes, grows.

in the afternoon, i "talked" with an old student, from 10 years ago. he just called on messenger, no reason but a little chat, warmed my soul.

in the morning i catch the ending of a favorite movie of mine, on television. when it ended, my father, also watching, was silly smiling.

on an usual event, this morning, like every day since months, i got my newspapers, via whatsapp kindness.

also today, like a few days ago, i read from my greatest love.

there is this overwhelming felling that life is great, and is getting better, so:

joão, u need to sharpen up ur play, u need to keep up, because life is coming strong.

and, sweet mother of mine, i could just swear it's bringing treats.

terça-feira, 23 de junho de 2020

mami












se a minha mãe fosse viva, hoje faria 75 anos.

lembro-me de a ouvir dizer a alguém, perto do jardim zoológico, que não chegaria aos 40 anos. depois ouvia-a dizer várias vezes o mesmo dos 50, e dos 60. é provável que tenha dito dos 70, a que realmente não chegou.

se a minha mãe fosse viva, preencheria um buracão na minha alma (e a minha avó outro).

noite anterior à de ontem, sonhei com ela, e, coisa rara, lembro-me do sonho, talvez porque acordei no exacto final.

eu estava em casa dela, perto de uma das portas antigas (com o recorte em trapézio envidraçado), fechada. 

ouvi-a falar atrás da porta, antes de esta se abrir, e lá estava ela, mas enorme, como eu a veria se eu ainda fosse um catraio, porque eu estava quase ao nível do chão.

assim que a porta abriu e a vi, ela encolheu e eu expandi, como se anos de crescimento e minguagem demorassem menos de um segundo.

ela ficou tão pequena, tão depressa, que pairou um momento no ar, em processo de queda.

foi nesse momento que a segurei nos braços.

e não passou mais nada, depois de eu a segurar nos braços.

a verdade é que, de um modo etéreo, ainda seguro.

sexta-feira, 20 de março de 2020

história condensada (e incompleta) de amores, em sopas



















por causa do corona (não a cerveja, tal pecado), todos temos de fazer alterações bastante radicais na vida diária.

uma das de cá de casa é que, por dificuldades de fazer compras (horários, filas), acabámos por reverter algumas refeições a menus de sopas (long overdue).

eu raramente cozinho, nunca fui grande chef, fazia meia dúzia de coisas para não morrer de má nutrição e  para encantar umas amigas.

depois veio o gustavo, e aprendi a fazer sopa (e a ter fruta descascada em taças, para picar ou colherar).

um dia vi a sandra a fazer uma, em s. jorge, e a partir da dela, personalizei.

as sopas saiam-me bem, gustavo gostava, eu também, e as amigas lambiam os lábios enquanto achavam amoroso.

imediato, mami começou a fazer para o neto, perguntava como eu fazia, fazia igual, e perguntava se estava boa.

depois veio a patrícia, que fazia uns panelões de sopa épicos.

a joana fazia pastas, eu ganhei pança (não foi só culpa/mérito dela....) e ainda fazia sopas de vez em quando.

a verdade é que fui espaçando (e espançando), e já era muito raro.

estas palavras todas porque hoje voltei a fazer sopa, e é importante para mim.

a vida dá voltas, faz arcos, às vezes concêntricos, muitas vezes não, por vezes fecham-se, outras dançam até ao infinito separados, mas à vista e perto do coração.

p. s. - e gostava de saber como estás. de saúde também, claro, mas gostava mesmo era de saber como estás.

domingo, 8 de março de 2020

um obrigado ao mccoy tiner


















"só deus tem os que mais ama". mas durante algum tempo, temo-los nós todos.

tenho vários músicos favoritos, e vão cambiando. nestas semanas, ouço muitas vezes moses concas.

um período houve, a long long time ago, noutro universo, em que ouvia muito mccoy tiner.

já o apreciava dos discos com coltrane, e depois calhou ouvi-lo ao vivo, num jazz em cascais, no parque. 

também veio ouvi-lo o antónio pinho vargas, chegou logo depois de eu me sentar, e veio sentar.se duas ou três filas à minha rente, num ângulo em que se viam as mãos do pianista.

foi há mais de vinte anos, and i remeber it well. obrigado por esse final de tarde, e muitas vezes antes e depois dela.