quarta-feira, 28 de outubro de 2009

educação



vi estes vídeos há uns meses, num blogue que acompanho. fascinou-me a mensagem e o modo de comunicação. há uns dias, estava num daqueles jantares delícias (comida boa, companhia boa, conversa boa, miúdos a brincar livres, de barriga cheia), e falamos deles.

para mim, a sociedade assenta em três pilares: o mais resistente, a justiça; o mais frágil, a economia; e o mais poderoso, a educação. claro que saúde, ambiente, política, e outras áreas são igualmente estruturais, mas sinto-as a um nível inferior, prioridades minhas.

bastas vezes, porque vivo perto de escolas, cruzo-me com adolescentes. já deixei aqui que me rala a perspectiva de mundo que têm, habituados a ter o que exigem (muitas vezes já não pedem, passam directo à fase seguinte).

esta geração, como as anteriores e as posteriores, irá gerir o mundo, nesta área de influência geográfica, pelo menos. pelo menos, deverá gerir o mundo. mas que esperar de uma geração que não aprendeu a conquistar e não aprendeu a construir?

imaginem um gestor exigir a um funcionário que trabalhe, sem pensar em escrever no contracto a remuneração por esse trabalho; imaginem um funcionário exigir ordenado por um trabalho que nem fez; imaginem um político exigir eleição sem que confiem nele; imaginem pessoas que estão habituadas a ter o que querem sem mérito, fazer uma birra acerca de algo absurdo que, querendo, não merecem. não crianças, mas adultos, a gerir o mundo.

nessa altura, serão irrecuperáveis, pelo menos por inteiro. melhor agir já, em putos, quando tanto aprendem o bem como o mal. basta que lhos ensinem adequadamente, de um modo que se possam realizar pessoalmente, sendo úteis ao mundo que hão-de gerir.

isto vale para todos, porque todos somos educadores, cada um a seu modo e com a sua influência. não é um direito, é um dever.

de votar, pudemos abster-nos; de não pagar impostos, pudemos tentar; de tratar sentenças de tribunal como se fossem papel de limpar o rabo, idem. mas, se consideramos o mundo nosso, temos obrigação de lhe permitir subsistir estruturado. humanamente estruturado.

essa estrutura chama-se educação, e está a passar errada.

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