sábado, 17 de outubro de 2009

reacção



ainda acerca da intervenção independente em eleições: eu entendo que as pessoas se vão afastando dos partidos por não sentirem que eles as representam, o que gera abstenção, votos brancos e nulos. para mim, há várias fases que cada alma vai percorrendo a seu modo e na sua dinâmica de percepção. as três primeiras são, por ordem de gravidade, dúvida, desilusão e desinteresse, e são as que geram o afastamento, nos seus vários estágios.

durante qualquer destas fases, os partidos em geral (e os políticos em particular) podem inverter a situação. basta passarem a representar quem os elege, em lugar de o fazerem a quem lhes paga. soa duro e cru, mas é como é, democracia representativa tem de representar que elege democraticamente.

não o fazendo, as pessoas, ainda a seu modo único e na dinâmica pessoal de cada alma (há quem esteja a entrar na dúvida e quem esteja já enraizado na fase final), vão evoluindo para uma fase posterior, exterior ao espectro partidário.

essa fase posterior denomino reacção, porque é uma acção que tenta contrapor soluções extra-partidárias (por incompetência destas) aos problemas das pessoas, que os partidos se têm manifestado impotentes para resolver.

materializando, trata-se de cidadãos (expressão rica emanada da revolução francesa) se unirem (expressão rica, de sempre) para tentar concretizar objectivos comuns. olhando bem, esses objectivos comuns são os de todos, com excepção dos corporativos, associados a grupos de interesses económicos e algozes.

como escrevi num comentário ao comentário de uma comentadora disto, é uma guerra aberta. como dizia um amigo ontem à noite, é e sempre foi o interesse humano contra o interesse económico.

mais cedo ou, provavelmente, mais tarde, a maioria estará na fase de reacção. vai ser um momento/período delicado, porque decisivo. excessos serão cometidos, erros mais ainda, mas o (nosso) mundo só pode pular e avançar. repito-me, e tenho-o feito repetidas vezes, há que escolher lados. sem desrespeito para quem escolhe o outro lado, são inimigos, porque querem um mundo que recuso aceitável.

p. s.- há quem acredite num deus qualquer. de novo, sem desrespeito, preciso de acreditar que serão as pessoas a decidir a sua vida, em sociedade. soa melhor, sabe melhor e, apesar de utópico, será talvez mais produtivo.

p. p. s.- pode ser visto como perspectiva utópica, simplista, objectiva, simples, bélica ou o que quiserem. mas escolham lados, porra, vai sendo altura de.

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