terça-feira, 29 de dezembro de 2009

a branca de neve do gustavo



estava a contar não escrever nada por estes dias, por mais que fazer, este post fica de excepção.

a branca de neve do césar monteiro foi talvez o filme mais unanimemente criticado: foi mau, para justificar o dinheiro do "supsídeo" e está visto (ou não está, porque era tudo preto). eu gostei do filme, vi-o (ou não, porque era tudo preto), e gostei da ideia, de ver a branca de neve como uma questão de responsabilização ou desresponsabilização (porque era preto, mas tinha uma ideia negra por dentro). claro que reconheço foi um projecto inacabado, mas como gosto de ver os resultados finais pelos percursos, o facto de aquele ser só o percurso pode ter ajudado na minha opinião.

hoje, o meu filho, com a participação da avó e meios técnicos do tio, fez a sua produção da branca de neve.

meu filho, de seis anos, na visão de brincadeira dele, fez a produção focando da responsabilidade da bruxa. ele, aos seis, regenerou a megera.

naturalmente, não espero dele um cineasta ou um escritor. futebolista muito menos, bailarino pode ser, mas eu não lhe espero profissão nenhuma.

o que espero é que salve o mundo. no mínimo.

sábado, 26 de dezembro de 2009

sopro velas


for i'm a jolly good feellow, for i'm a jolly good fellow, for i'm a jolly good feeeellooww.... whiiiich nooobody can deny.

é verdade, isto faz um ano, hoje mesmo. não sou de fazer balanços em datas certas, costuma sair-me errado, mas dia de festa é dia de festa, e já tenho balançado isto fora de data, o que me permite balançar in data.

isto é o blogue (para ser preciso, os blogues, porque as pégadas (assim, pé, mal escrito, de propósito) são indeléveis), isto tem vida própria, parte da minha, é uma das minhas melhores formas de expressão, será até a minha melhor forma pública de me exprimir.

como diz uma amiga (das que amamos até morrer), resulta porque sou eu, genuíno.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

a prenda



tenho andado a desancar no excesso de prendas do natal, mas hoje souberam-me(nos) bem: o meu puto, cá em casa, teve uma pipa e passamos a tarde a brincar, os dois: pintámos cos dedos, fizemos esparguete de plasticina, jogámos, construímos, montámos, vestimos, até guiamos um jipe (ele nem é muito ligado a carros, mas este é grande (não suficiente para ele se montar nele, o que ele sugeriu na mesma), mas este é de comando, deu para experimentar fazer manobras e descobrimos que ele é um bês). verdade que não é o que se tem, mas o que se faz com o que se tem, e eu tava a precisar de um diazito assim.

há pessoal que se queixa do trabalho que os putos dão e depois se queixam que a vidita não tem alegrias.....

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

post de natal



a nossa árvore e o meu vídeo de natal (são vermelhas......)

cafés de lx



coisa impressionante: uma alma chega a lisboa, encontra um café novo, american fifties, vai experimentar, sentir o ambiente, sentar-se nas cadeiras de napa, olhar para o elvis e a jukebox, a ementa na betty boop, enfim, gozar a vida, e............ zing boom, está em lx!

porque raio tem o pessoal que trabalha nos cafés de lx ser antipático?

é claro que há gente assim em todas as funções e em todas as cidades e aldeias, mas funcionários de cafetaria em lx devem ter requisito pré-contratual, ser antipáticos. se não têm, fazem curso de (de)formação.....

eu sou de cá, custa-me escrever isto, porque lisboa tem barris de coisas excelentes que, sejamos francos, são únicas no país.

esta, dispensava.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

sonho (d)esfumado



hoje estava a ser dia bem bom: trabalho entregue, cliente satisfeito (a ponto de vir carregado de garrafas de espumante, que não sei que lhes fazer, não sou apreciador, estou tentado a experimentar banho dele (a banheira faz bolinhas. deve ser um luxo)), moi satisfeito porque fui mesmo muito bem tratado, lá (a ponto de me apetecer fazer convite para o tal banho de espuma(nte)), amigos por perto, quase natal (quase gustavo, quase família toda junta), e zing boom: o prédio do hot ardeu, desta vez no mau sentido.

há espaços (casas, vistas, salas, ruas, cidades, bairros, jardins, pontes) por quem nos encantamos para a vida. tal como as pessoas, por quem os encantos se esfumam por afastamentos pessoais, também é necessário um afastamento de interesse pessoal para com o um lugar para o encanto se esfumar. mas convém recordar que o encanto pelo lugar nasceu de aproximação pessoal, neste caso por apropriação (por encanto) do espaço feito, criado, tratado, acarinhado, sonhado por.... pessoas.

época de esperança, esta, pode ser um mal que venha para bem. e a ideia de usar o são jorge como alternativa temporária, assim de repente, soa a prenda para desembrulhar.

semelhanças em pessoas aparentemente diferentes



hoje escrevo de duas pessoas que sinto de modo muito semelhante, sendo que são ambas, aparentemente, muito diferentes: diferença de sexo, diferença etária (uns 30 ou 40 anos), diferença académica, diferença profissional, diferenças culturas, de religião não escrevo porque não sei. aparentemente, o único ponto em comum será a raça, sendo que ela será mais latina (in a soft sexy way).

porque as vejo semelhantes, então?

tem a ver com o modo como me relaciono com ambas (uma de cada vez), porque ambas são pessoas generosas, que recebem com sorrisos, carinho genuíno, brincadeiras. tem a ver também com o facto de ambas, provavelmente devido às suas próprias fragilidades e dificuldades (que ambas têm conscientes), aceitarem com prazer o meu modo de ser, serem capazes de usufruir de mim.

natal pode ser isto, olhar para os outros e ver. é por isso que natal pode ser quando um homem quiser (ditado mais sexista, e quando a mulher quiser? e porque não há mãe natal? e o que fazem os duendes na época baixa?).

em série



um: if i ever killed somebody, would you help me get away with it?

outro: i might.... who do you have in mind?

este é o meu mais recente vício, uma série de televisão, "boston legal". é vício porque tenho os episódios todos, o que permite ver vários de seguida, em lugar de ver um e esperar pelo do dia ou o da semana seguinte.

uma coisa que me agrada nas séries e os filmes não têm, é serem direccionadas para determinado público (alguns filmes também, concedo), o que permite perceber como as cabeças pensantes olham para o público alvo. na realidade, muitas das séries actuais têm como fundo relações pessoais, o que vem do facto de ser tão complexo, actualmente, as pessoas terem relações pessoais umas com as outras. é assunto fetiche meu, também.

esta série em particular foca muito no assunto, com requintes de absurdo, o que é mais valia. existem vários personagens fortes (estereótipos, não básicos, dos desenvolvidos), sendo que tenho dificuldade em preferir um qualquer em particular, tal a variedade.

moi, reconheço uma enorme similaridade entre mim e o "um" dos diálogos (podia ser o "outro", mas calhou no primeiro diálogo que transcrevi ser o primeiro a falar). suponho que tenha a ver com comunhão de preferências físicas, a tentativa de manter uma perspectiva humana de vida, a necessidade de ser como se é em lugar de ser como querem que sejamos (ele abusa, com garbo), a imprevisibilidade de quem age por princípio e não por interesse, a dependência dos amigos e de estarem bem, mesmo que seja necessário confrontá-los com a merda que fazem.

aqui estou eu a comparar-me com uma personagem de ficção, how bizarre....

no final do diálogo que começou este post:

um: i'm worried about clarence being in love, the pain that goes along with it.

outro: when were you last in love, really?

um: ......

outro: don't you long for it?

um: but i also fear the ideia that part of me be in control by somebody else.

outro: that's the joy, the surrender.

....

um: have you ever cried with a woman, denny?

outro: oh, many, many..... uhm, no. you?

um: never! some man do that, you know?

outro. i know, they're just weak man, unlike us, we're...

ambos: strong!

outro: that's what makes us who we are.

um: kings!

outro: masters of our domain!

um: alone.....

outro: you're never alone on my balcony.

um: i know that, denny.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

confiança



há perto de dois meses atrás, uma senhora que mal me conhecia, confrontada com o facto de eu não lhe fazer determinada vontade, acusou a minha palavra de nada valer. isto foi por telefone, desliguei e não voltei a aturar a dita. nada de importante, porque, como escrevi, a senhora não me conhecia e que me rala o juízo que possa fazer de mim quem não me conhece?

isto é acerca de confiança, a qual implica conhecimento, compreensão, e pode ser visto de várias perspectivas:

a primeira, mais intrigante para mim pelas implicações que tem (que ficarão para post futuro, acho), é de que pode estar alguém a jurar a pés juntos determinada coisa e sabermos ser mentira (toda a gente conhece gente assim....). ora, num caso destes, é de confiar na mentira da pessoa, uma espécie de confiança negativa. como escrevi, tem implicações.

depois, a questão da mutualidade: é agradável quando se confia em alguém; é doce quando confiam em nós; é um conforto quando as confianças são simultâneas, logo, mútuas. mas não é necessário nem que haja reciprocidade, nem que haja coincidência no tempo dessa reciprocidade, existindo. não sendo necessária, é mais confortável quando acontece nos dois sentidos.

por fim, as fases da confiança:

a confiança é um meio de conhecimento em simultâneo com um efeito de conhecimento. quer isto escrever que, para confiar em alguém, é necessário saber o que esperar dessa pessoa, e ao mesmo tempo que, confiando no que esperar dessa pessoa estamos a demonstrar conhecimento dela (certo ou errado).

confiança (da positiva), então, vem com conhecimento. mas, como cantava ray charles (aqui em cover) acerca de dinheiro atrair dinheiro: how did you get the first is still a mystery to me?

para escrever uma coisa engraçada, a primeira manifestação de confiança será provavelmente resultado de auto-confiança (if you don't trust yourself, who can? and if nobody can, why even care reading?
drop it), para dar é necessário, entre outras coisas, ter. e querer.

depois, com igual importância, é preciso a outra pessoa igualmente querer. e ser capaz, o que, parecendo fácil, é teso.

por fim, a perda de confiança, à qual se pode aplicar mais ou menos tudo o que escrevi sobre confiança, mas em sentido inverso.

eu tenho para mim que perder confiança em alguém é, por vezes, resultado de um acto estranho ao carácter dessa pessoa, que conhecemos. desse acto ser de tal modo desagradável à pessoa que ela prefira perder a confiança de outro, em lugar de dar a conhecer esse acto negativo. ou, não preferindo, ser incapaz de ultrapassar o desconforto de expor a realidade.

a parte agradável disto, é que há pessoas com quem nunca se perde nada, quanto menos confiança. a desagradável é que, perdendo a confiança de/em alguém, bem, perdemos(-nos d)essa pessoa, seguro.

domingo, 20 de dezembro de 2009

mensagem de natal (sem ho ho ho)



tenho escrito mais de amor(es) e tenho escrito menos de amizade(s).

por vezes, não é necessário (nem seria possível) classificar o sentimento que gera alguns comportamentos humanos. são apenas sentimentos humanos a gerar comportamentos humanos, em face de comportamentos inumanos.

aplicar humanidade em face de crueldade raramente resulta, mas quando resulta, resulta.

sábado, 19 de dezembro de 2009

by a string



a better man escreveu e cantou there ain't no cure for love, e estava certo.

o problema é que, ao invés da gripe a e do sarampo, que se apanha, sofre os sintomas, coça-se e ficamos imunes para todo o sempre........

claro que se torna difícil coser tudo de volta, principalmente quando ficamos sem os olhos, mas há pessoas que não conseguem impedir-se de balançar-se.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

olhar para trás



estava à espera de um cliente, antes de uma reunião, no átrio do edifício, ela veio invisível até estar a um segundo de distância.

o tempo é a dimensão mais relativa de todas: a um segundo de distância, depois de muitos meses e alguns encantos depois.

tinha as mãos frias, como sempre, como se nunca tivessem deixado de estar frias, mesmo durante as primaveras e os verões que podíamos....

o sorriso também estava igual, frio e doce, como se nunca tivesse permitido passar palavras amargas.

-olá, há quanto tempo...- o rosto também frio, menos do que as mãos. "por onde andaste?", boas festas, conversa vazia.

há pessoas que vêm a direito e não nos tocam. há pessoas que não somos capazes de aquecer.

p. s.- por outro lado, o que eu dava por um abraço a sair de um frasco pequenito de doce de pêra e chocolate, nas mãos de uma menina de sorriso quente e tocante.

abalo



ontem, mais ou menos por esta hora, uma da manhã, estava aqui sentado e a casa tremeu. comecei por sentir algo estranho no telhado, como se um gato muito grande estivesse a passear-se sem autorização, e depois tremeu o chão, a mesa, o candeeiro.

foi um abano ligeiro, penso. passou depressa, coisa de 15 ou 20 segundos, não deixou marcas físicas, nada caiu, nada partiu. foi também a minha primeira experiência consciente de tremor de terra, porque nunca tinha percepcionado nenhum, até ontem, por esta hora, uma da manhã.

duas coisas acerca: eu vivo num terceiro andar, alto, de um prédio com estrutura de madeira (que, face a abalos ligeiros é extremamente eficaz). muito alto para se cair, em caso de derrocada. eu e a minha mania de viver por cima dos outros......

a outra, um paralelo entre abalos terrestres e abalos sentimentais: há quem os faça, eu não me recordo de alguma vez os fazer. não fico abalado quando sentimentos me atingem, será mais um sentimento de mergulho, ou, quando não sou eu a mergulhar, uma sensação de ser envolvido por uma onda. não sinto abanar, sinto envolver e ser envolvido.

é uma questão de perspectiva, e a perspectiva é muito.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

o natal, a nú



hoje, um menino em discussão com outro e para defender o seu ponto, acusou jesus de ser pobre. presente, a mãe do menino, quando este lho perguntou a pedir confirmação ("era pobre, não era, mãe?"), respondeu que sim ("era, filho").

isto pode ser visto de duas maneiras:

uma, a significado de educar: se um filho diz uma barbaridade, corrige-se o filho. se for caso de lhe dizer que não, diz-se, explica-se por que não, mas diz-se. se um filho fizer algo errado, para que deixe de o fazer, corrige-se. não o fazendo, normalmente por insuficiências educativas e culturais dos educandos, para não ter de gastar tempo a explicar-lhe o erro ou para, simplesmente, não o desagradar, está-se a criar crianças mal criadas. o mundo já tem que chegue disso, parece-me.

a outra, a que vem do título do post: qual o valor do natal, o significado por cima de tanta prenda, festa, feriado, luzes e presépios, peru e bacalhau?

eu sou agnóstico praticante. tive uma educação católica, da qual guardei valores, mas a crença na religião não solidificou. a vantagem é ter mais onde ir buscar valores, a desvantagem é ter de acreditar nas pessoas, por falta de fé em algo maior (maior, aqui, está em sentido retórico). acontece hoje a minha fé na espécie humana estar por baixo, mesmo antes de saber da história de cristo ser pobre.

natal é, para mim, uma altura de recordar os amigos, todos os muitos, de lhes falar, de estar com a família toda, por pequena que seja. é época de sermos humanos, de amarmos com menos pré-conceitos, de olharmos para os outros por cima deles, dos pré-conceitos, para os outros, pelo que os outros são, realmente.

como reparou um amigo meu, jesus era pobre, mas não de espírito. desses, diz a religião, será o reino dos céus. queiram fazer obséquio de ir reinar lá para cima e deixar de empecilhar cá na terra.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

wouldn't want it any other way



de novo, os mesmos personagens no mesmo terraço:

outro, ao constatar aspectos prazenteiros da sua vida: it's fun being me! is it fun, being you?

um, depois de considerar na resposta: ... most of the time, actually.

outro: well, what else is there?

um: in deed.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

burocratas de merda



é desabafo, isto.

estive mais de uma hora e meia reunido com director municipal e director de zona da câmara municipal de coimbra. connosco estiveram igualmente o meu cliente e o presidente da junta em questão. hora e meia, por causa de um parecer que parou um processo e o vai demorar entre dois a três meses. causa: falta colocar num papel (que até já existe num outro processo aprovado, note-se) uma explicação que toda a gente conhece e reconhece (recordo, tendo já sido aprovada no âmbito de outro processo). em lugar de tramitar o processo para fases seguintes, salvaguardando a entrega do referido elemento (já aprovado, parece repetição a mais, mas a verdade é que está), pára-se-o.

seria de louvar a a pureza administrativa que a câmara daqui preza, se a louvasse em toda a linha, ou seja, se cumprisse as suas responsabilidades administrativas, nomeadamente, prazos. bastava para isso (e se não bastasse, ajudava hectolitros) que não fossem tão burocratas. é só a minha opinião, relativamente fácil de sustentar, e
eu, anjinho, lá tive a ideia idiota de sugerir que se não burocratizarem a análise técnica, poupam tempo........

perante isto, e o reconhecimento evidente de incumprimento de prazos, refere o director de zona que a solução é simples, porque a lei favorece os privados: basta, em face de incumprimentos constantes (e reconhecidos) do município, requerer, perante tribunal competente, o deferimento tácito (e pagar a taxazita, tá claro). mais, cheio de razão diz que nem se preocupa com este processo em particular, porque se o requerêssemos (ao deferimento tácito), ele facilmente seria concedido, porque a razão nos assiste.

perante a minha reclamação de que não é admissível que ele afirme tal (chiça, ou estou a ver muito mal, ou não é mesmo: pode uma instituição do estado desresponsabilizar-se de cumprir a lei, apenas porque um tribunal administrativo a substituirá, quando ela incumpre?), refere o director municipal que é assim mesmo, que sabe que estão em incumprimento permanente, e defende o director de zona, porque os projectos que são prioritários, uma vez que todos vêm os seus prazos de análise incumpridos, são os que geram problemas se forem a tribunal, para deferimento tácito (leia-se, os que são danosos urbanisticamente). ora, como a nossa proposta é urbanisticamente correcta (e ambos o reconhecem), pode esperar, e quem não gosta, vá ao tribunal pedir justiça......

outras intimidades



os mesmos personagens da série do post anterior, o mesmo terraço, um entra e o outro já lá está.

outro: you look beaten.

um: i just caught tara laughing with another man.

outro: are you sure they weren't just.... kissing, or something?

um: no, they were laughing...... i'm gonna loose the girl and the case in the some week.

(.....conversa acerca de assunto de trabalho, após a qual.......)

outro: they were really laughing?

um: she's gone......

esta conversa recorda-me uma personagem de um filme (she's gotta have it) do spike lee, representada por spike lee. ele fazia de amante divertido, que fazia rir a moça (a "she", que tinha de ter), que tinha ainda dois outros amantes estereotipados: um muito sexy, social, e o outro muito sensível, de uma forma madura, humana.

a verdade é que a intimidade se transmite (e em consequência, se revela) das mais variegadas maneiras.

é por isso que sexo, por melhor que seja, tem muito menos importância do que a que generalmente lhe atribuem. a proporção será de general para tenente. ou alferes. (escrevo ao acaso, não conheço as patentes, mas gosto do som).

domingo, 13 de dezembro de 2009

a better man



estava a precisar de um fds destes, só a ouvir o meu filhote cantar pelos dias fora e a termos ideias imbecis.

ontem à noite estive para vir aqui por causa de um detalhe, numa série de televisão: dois personagens masculinos, homens poderosos, um menos que o outro, sentados num terraço de um prédio em boston, bebem whisky e fumam charutos. o um pergunta "ever beat up anybody with your bear hands?"; o outro responde "many times, why, have you?"; o um "no", ao que o outro conclui: "well, makes you a better man than i, i guess".

pessoalmente recordo dois episódios em que me aconteceu, em ambos fui provocado por nadas. do primeiro, fiquei amigo pela reacção, acho. rapazito de rua, deve ter apreciado que um rapazito bem comportado reagisse de modo que ele admirou, e ficamos amigos, tive pena quando me disse que ia com os pais para fora, américa, se recordo bem. o outro nem sei porque foi, estava a gozar comigo numa altura em que eu estava mesmo azedo, e saiu-me a bofetada mais eficaz que atirei, ele demorou que tempos a encontrar os óculos. éramos colegas de liceu, falávamos, continuámos a falar, depois de ele encontrar os óculos.

para ser franco, não me orgulho do segundo caso, mas bastante do primeiro, questões de auto-conhecimento minhas e do que provocaram no outro rapaz. de resto, sou um fulano pacífico (não passivo), gosto de disputas de ideias (e já nem me ralo com ganha-las, muitas vezes). gosto de as ter, c'est tout.

makes me a better man than others? nops. the best one i can be? pode não ser tudo, mas ajuda uma alma estar em controlo do corpo, e só o perder por vontade própria. ou, perdendo-a por intervenção alheia, não reagir fisicamente.

mas se reagir fisicamente, em função de intervenção alheia ou por próprio mote, que seja uma fisicalidade boa......

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

os (e)feitos da música



vencer a morte e a distância.

misérias em perspectiva



escrevi outro dia que, por vezes, olho para trás e sinto que andámos para trás. a ilustrar a afirmação, estava um vídeo da amália, que falava de um portugal atrasado e doloroso.

por vezes releio-me, e acerca dessa afirmação, fiquei com vontade de elaborar:

não é que aprecie as dificuldades da vida antiga, a falta de confortos, a falta de segurança, a falta de conhecimento, a falta de respeito pelos direitos dos outros (aqui ainda vivemos todos (mundo) no passado), a escassez de comunicações, as insuficiências sanitárias (humanas e urbanas), a falta de liberdade.

acontece que com todas estas coisas tão disponíveis, hoje, ninguém as valoriza. a mim soa ridículo que alguém faça um drama pelas coisas que hoje em dia são "dramáticas", como a chuva num feriado, alguém que tenta passar à frente na fila do supermercado, um carro mal estacionado, um telefonema com publicidade agressiva, uma reacção menos entusiasta de alguém a algo que fizemos para o(a) entusiasmar, a gripe a.

hoje em dia falta perspectiva, olhar para as coisas pelo valor que elas têm, sem lhes acrescentar só para que fiquem interessantes e nos possam absorver, de modo a não termos de olhar para as miserinhas de vidas que levamos. e que levamos por não olhar para elas, para o que elas precisam de ter e ser para deixar de ser miseráveis.

não me parece complicado apreciar os confortos actualmente disponíveis sem deixar de olhar a vida de frente. aliás, o facto de estarem tão disponíveis liberta-nos para crescermos no mundo dos princípios, das ideias, dos sonhos. e a quem não liberta, devia libertar.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

hit me



há uma diferença grande entre dar tiros ou dar sonhos, mesmo que no final haja risco de mortos e feridos.

choose your side and fire away.

o pecador e a tentação descalça



some matches are made in heaven, some are made for hell. hell, gotta finish my kitchen......

esta menina canta sempre descalça. não é que cante mal, e ser gira ajuda, mas ela canta sempre descalça.....

já ele, bem, ele é daqueles que ficou a vida inteira a repetir-se (como lee hooker, por exemplo), e se voltasse para outra vida mais, iria repetir a anterior.

confesso admiro os pés da joss, e é uma ideia adorável vê-la passar a vida a pisa-la descalça. mas admiração tem-se por quem é genuíno, não por imagens poderosas.

p. s.- coisa curiosa, ficar bela descalça é enorme preferencial, mas admiração (mútua) é requisito para (eu) amar alguém.

e se?



inquieto, falta algo.

dei conta que anseio as férias de natal por outro motivo, além do meu filhote. é algo que não controlo, julgo que nem entendo, uma criancice minha para misturar com as dele, mais adultas.

talvez continue a faltar, no ano novo, é o provável, mas se acontecer o improvável, será por ser criança e guardar sonhos belos.

p. s.- o único requisito para uma desilusão, é uma alma se ter iludido; o único requisito para acordar com quem se ama, é uma alma se ter iludido.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

p. p. p.



eu tenho uma família pequena; sou eu, o meu filhote, o meu irmão, os meus pais e a minha abuelita, de quase 90 anos, portanto o nosso natal é uma festa com poucas pessoas, por estes anos muito centrada no gustavo, este ano de 6 anos feitos de fresco.

claro que no nosso natal há muito mais pessoas, porque é época de amizade e nós somos ricos em amigos (não é falsa modéstia, somos mesmo, daqueles dos bons).

mas este post é acerca de um problema logístico que se repete todos os anos: por sermos uma família pequena, todos os natais nos vemos gregos e troianos para arranjar um perú a condizer: pequeno.

então, e porque quando dei pela falta das brocas para metal elas apareceram logo que o escrevi aqui e ainda tive duas ofertas de empréstimo, em caso de necessidade (o que garante que pelo menos 3 pessoas lêem isto diariamente!), venho tentar repetir a sorte:

p. p. p. significa procura-se peru pequenito, bichito até 3,5 kilos (se é que os há deste peso, posso estar a escrever uma bizarria, é desculpar, não sou versado em tamanhos de perus).

já sabem para onde enviar resposta, garanto que a boca da alma que me desenrascar poderá provar o melhor recheio de peru que alguma vez sonhou provar, mesmo em sonhos delirantes.

p. s.- uma curiosidade, peru é bilingue: em português, perú é nome de um país na américa central (que teve um presidente de ascendência japonesa, um bom pedaço aldrabão); em inglês, turkey significa turquia, país semi-asiático, semi-europeu. caramba, mais que bilingue, o peru é quase uma delegação da onu.....

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

if you don't like my peaches......



....... please, don't shake my tree.

todos temos direito a errar, mesmo sabendo que o estamos. todos temos de (devíamos) comer as consequências dos nossos erros. sendo incapazes de os eliminar, porque somos humanos, deveríamos ter capacidade para os aproveitar (soa cru, mas tem fundamento).

depois de tudo isto, quando os erros nos foram infligidos por desumanismo alheio..... we take cold, bloody, cruel, revenge, 'cause no other one is satisfying.

isto por causa da mania de alguns machos serem idiotas manipulantes (suponho que também se aplique a fêmeas, não tanto por acção, mais por reacção). eu sou macho de género, gentil de raça, e há coisas que me incomodam conhecer, dentro do meu género, felizmente fora da minha raça.

if you don't like my potatoes, please don't dig up my vine.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

divagação com bacalhau



quando comecei a trabalhar, depois de terminar o curso, tinha muitos fins de tarde como o da tarde de hoje: muita conversa com clientes, comezainas e álcool. eu vinha rapaz imberbe, aquilo batia-me fundo, muitas vezes mal jantava, não do álcool, mas da comezaina.

entretanto, tornou-se cíclico, de ciclos longos: grandes períodos sem, seguidos de grandes períodos com, ciclicamente. andava sem ao tempo, hoje foi com, mas não vai começar ciclo.

foi bom, porque foi com pessoas de que gosto, e acabei a rever um fulano que faz bacalhau como ninguém, que não via (a ele) e comia (ao bacalhau que ele cozinha) há muito. algumas pessoas gosto de rever, porque também gosto de estar longe delas tempos prolongados. bem.....

nestas circunstâncias, uma coisa que aprendi foi a falar basto, sem nunca dizer nada importante: é importante participar activamente (em tudo, risos), sem deslargar (é largar, mas cá por cima, aliás, ao centro, dizem deslargar no lugar de largar, o que é parvo, mas dizem, e eu repito porque disseram e me apetece) a contar o que não devo.

nestas circunstâncias, e porque tive mestres nelas que fui aluno de aproveitar, a coisa corre quase sempre bem. alguns dos melhores negócios em que entrei começaram em (ou passaram por) uma mesa. acho que é porque as pessoas se soltam, depois de alguns copos e confraternização, e fazem propostas ou comentários que desbloqueiam situações complexas.

isto está longe de ser regra, nem sequer será maioria, mas será seguro um facto digno de análise, até porque extravasa para outros âmbitos, e é dessa análise que o post escreve:

desagrada-me que as pessoas sejam elas próprias, livres de convenções sociais, bloqueios sentimentais ou calculismos negociais, apenas depois de uns copos de vinho ou outros desinibidores. por mais divertidos que sejam, e podem ser muito, não deveriam ser necessários para uma alma ser a alma que é.

porque não há modo melhor que alguém que vem a direito, nu(a).

love never leave



funny thing, 'bout love: acaba, mas não vai embora.

independente de como foram, morte natural, doença súbita ou prolongada, suicídio, fome ou sede, fuzilados perante um pelotão inamovível no intento, morram como tiverem morrido, nunca vão.

não ficam no coração, a ver o sangue passar; não ficam algures no cérebro, a sentir choques eléctricos; não ficam no fluxo da memória.

há um quarto (a expressão em português não será a mais precisa, chambre soa-me melhor, para o caso) na alma, onde vivem todos os amores passados.

mas não ficam em forma de pessoas, sentadas em sofás ou almofadas espalhadas pelo chão de madeira envernizado; nem em forma de memórias, a baloiçar na brisa de pensamentos passageiros. ficam em forma de sentimento, todos juntos, porque na realidade são irmãos. conversam de passados, presentes e futuros, acho que falam muito de futuros, sonham. acho também que são alegres, riem frequente. e choram, por vezes, acabrunham-se juntos. umas vezes pelo amor que está para juntar-se-lhes, breve, outras porque me cruzo com a pessoa de um deles, que está frágil.

será exagerado escrever que fomos os amores que amámos. não o será tanto se repararmos que somos aquilo em que acreditamos e a que nos damos.

que estejam confortáveis e ansiosos, os meus, porque amanhã é 2ª feira.

domingo, 6 de dezembro de 2009

radicalidades



não sou um fulano muito dado a actividades radicais. gosto, até faço algumas (experimentei rafting, muito bom como experiência; ando a patinar no gelo (comigo, é radical); já saltei umas muralhas de castelo), mas nada muito fancy.

desde adolescente tenho algumas dessas actividades na minha to do list, coisa de afirmação de masculinidade ou, como prefiro ver, de solidificação de auto-confiança: se decidir fazer uma coisa, faço, mesmo que não seja capaz de a fazer logo. podem ser futilidades, serão por certo, mas são futilidades sólidas (boa expressão).

pois eu tenho carta de moto (só não tenho moto por não ter onde a guardar. está decidido que, mudando de casa para uma com jardim, há três coisas que passamos a ter: o gustavo, casa na árvore; eu, moto; e nós, cão) e a tatuagem. de actividades radicais da lista, falta uma, que fica secreta por aqui.

outra que, não estando na lista e não conto mesmo nada fazer, é ski jumping. gosto daquilo, gosto de ver na televisão, gosto dos barris de gente que vão ver ao vivo, gosto de ver os putos que acompanham a brincar na neve, gosto de imaginar a sensação dos saltadores ao saltar. tenho para mim que, não saltando (a menos que tenham umas rampas juniores, sem grandes requisitos técnicos), um dia talvez faça parte daquilo, em redor da pista.

falta-me saber se o gustavo terá idade de esquiar de cu ou de experimentar as rampas juniores, para minha simultânea vergonha e orgulho.

sábado, 5 de dezembro de 2009

estranho caminho



regressando ao assunto do post anterior, tão saborosa como a compota de pêra (e mais duradoura), foi para joão de deus a salvação, que, sem interesse, ganhou ao arriscar perder uma mala de dólares para salvar a joana, no princípio d"as bodas de deus".

para quem não tem o conforto da fé na reencarnação, nem acredita em deus (no outro, o maior), basta deus (este, o menor) mostrar-nos que algures, perto do fim, há descanso e água fresca.

porque uma alma tem de acreditar em qualquer coisa, certo? por mérito humano, certo?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

.... it can't be that bad



uma expressão que uso muito é "if it makes you happy". uso muito porque boa parte dos prazeres que temos, quando são prazeres grandes, vêm da felicidade que provocamos (ou permitimos) aos próximos.

há uns dois dias, gabaram-me o modo como partilho as minhas coisas, pelo modo como as valorizo, dando-as.

hoje, ligaram-me a relatar alegria por causa de um post de há uns dias, cuja delicadeza tocou.

para quem duvida do poder da generosidade, fica a saber que vai render mais um pote de compota de pêra e chocolate.

mesmo pequenito, it'll make me happy. porque é genuíno, nos dois sentidos.

p. s.-
por causa disto não consigo rever "breaking the waves", do von trier. é uma dádiva tão grande que é de uma beleza insuportável.

loreena



quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

gente limão



um fulano enrascado com a numeração dos desenhos e zing boom!

haja pachorra pa gente infeliz, safa. quem não gosta da vida que tem, é mudar. pode-se dizer que há tanta coisa mal que é difícil escolher por onde começar, verdade, mas por outro lado, qualquer ponto por onde se comece, é sempre lucro.

raio de acidez. e com o açúcar ao lado.

a irlanda no ensaio para o mundial



conto a história para quem não acompanha futebol: no decisivo jogo de apuramento para o mundial de futebol, áfrica do sul, 2010, jogavam a frança e a irlanda, jogo no prolongamento. a certa altura, um jogador francês joga a bola com a mão, antes de a passar a um colega que marca golo. o árbitro, de olhar subitamente turvo por interesses económicos (impacto da ausência dos gauleses do mundial), nã viu nada. os auxiliares nada viram e o 4º árbitro estava longe para ver.

resultado, frança apurada com um golo batoteiro (eles que viram tão bem a mão do abel xavier, numas meias finais connosco, perdidas por esse penalti).

barris de contestação, pedidos de repetição de jogo (rejeitados), de levar a irlanda como 33ª selecção (rejeitado), mea maxima culpa do henry (o francês que a devia ter dito in loco, ao árbitro, que mesmo de vista turva teria de agir, após a ouvir), que chegou a pensar abandonar o futebol por causa do incidente (na realidade, da batota que fez. o rapaz é melhor jogador que ser humano), tudo infrutífero.

estava o assunto a serenar nos grandes palcos (porque a irlanda não se cala), vai ser já sexta-feira o sorteio entre as selecções apuradas, quando, no ensaio para o sorteio, a menina que vai tirar as bolitas com os nomes dos países, ao tirar a da frança, grita: irlanda!

gosto tanto de reclamações criativas que nem quero saber quem calha no nosso grupo, só quero saber que nome a charlize vai gritar quando sair a bolita dos batoteiros......

senhora dona luna



tenho a cama por baixo de uma janela de cobertura (ver fotografia, linguagem técnica de quem tem em dedos uma memória daquelas pincel). aliás (ainda conforme fotografia), por estes dias tem lá a árvore de natal, transportada em mãos pelo gustavo (porque ele já escolhe muitas coisas, inclusive o local da árvore de natal, que ali serve de luz de presença).

a cama está deslocada do local natural, naquela disposição de quarto (too tecnical to explain, here), está onde está para a janela ficar por cima da cama, de onde se pode ver o céu, em noites luminosas.

acontece na luminosa noite passada estar uma lua belíssima. acontece ter essa lua, no seu passeio,e por evidente capricho feminino, ter passada sobre a janelita quando me deitei. é mesmo coisa de mulher, aparecer quando não esperamos, depois de a esperarmos noites a fio.

mas calha bem ser adormecido a carinhos, depois de a carinhos adormecer.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

mulheres fatais



são aquelas que deixam uma impressão indelével.......

detalhes domésticos



estamos em período de alterações, cá por casa, coisa de instalação de confortos, mudança de outros.

recordo uma professora da faculdade me dizer "vocês acham que mudam umas coisas de um sítio para o outro, rodam outras, e fica algo diferente.....". no caso, ela tinha razão. neste, tenho eu. noutra altura também me disse que eu devia experimentar trabalhar na cozinha, antes de me pôr a desenha-las. mas a que eu desenhei, e motivou o comentário, estando inutilizável, valia a pena ser vista, tinha umas grelhas metálicas que utilizei mais tarde, num café em viseu, projecto orgásmico. entretanto, cresci (no que a cozinhas e cozinhar concerne).

hoje, porque o gustavo vem logo e para ele experimentar à portuguesa (é como à espanhola, com as mãos, mas acrescentar sentar o rabo, meter na boca, esfregar), ia montar uma peça que é long chaise, short bed & couch.

tudo a correr bem, resultado satisfatório, ia furar os furos para fixar os pés e %#!$&#, faltam as brocas para metal! eu e a minha mania de emprestadar as coisas, emprestadou a tanta gente que nem sei onde ficaram o raio das brocas, sniff!.

por isso, se por acaso alguma das almas que me lê teve em seu poder um berbequim mui viajado e desgastado (o meu), e pelo mesmo acaso, depois de o devolver, tem reparado numa caixita também muito estragadita, com brocas aos pares, para metal e alvenaria, bem, são as amigas do meu berbequim, que sente falta delas.


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

músicas para fazer bebés



não devia, mas é feriado, tarde fria de sol, cafeína em dia, e encontrei isto. para além da música ser excelente, tornou-se mui melhor por a ter conhecido tomado de amores, o que fez da música um icon do amor que me tomava.

por isso, este post é acerca de músicas que adquiriram importância acrescida por estar relacionados com um sentimento particular, meu, direccionado a uma pessoa única, que as músicas recordam.

esta foi de um encanto, de quando eu montava cerco e deixava brechas enormes. agora não as deixo, deixo só saídas (que são também reentradas), passagens confortáveis.

esta impressionou-me de per si, só ficou relacionado com quem ficou pela piada que ela achou à minha figura (porque eu sou expressivo, quando deixo) quando vi o vídeo, na televisão.

esta não é pela música, é pelo grupo, representa a procura de uma pessoa que andava a procurar-se (ainda anda, mas já se encontrou bastante).

esta foi de uma paixão rápida, menina linda e frágil. gosto da parte do "i still remember just the way you taste", não gosto da versão em que suprimem os "palavrões".

esta também está pelo músico, ele que me perdoe a maldade. havia uma cantora, penso que a nina simone, que dizia fazia música para fazer bebés, mas a música de grappelli fá-los melhor.

há mais músicas e mais amores, mas, correndo risco de pecar por omissão, não há mais ambos relacionados (música e amores).

queria colocar aqui uma outra, de amor maior, porque a cantava para o meu filhote adormecer (quando ele gostava de me ouvir cantar, cheguei a preocupar-me se ouviria mal), mas retiraram do youtube, por tal continua privada. engraçado, quando ele ouviu a música no cd, depois de estar farto de ma ouvir a mim, a carita de encanto que fez. engraçado também, ano passado andava ele a canta-la, por esta altura, porque a ia cantar na festa de natal da escolita.

o mundo são círculos, ou elipses, mas todos se fecham.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

descriminação leonina



estava-me a correr tão bem o dia, trabalho feito com resultado que agrada, rescaldo de boa disposição do fim de semana, a académica a subir, coisas particulares a particularizar-se, e zing boom.

eu sei que custa ter coração verde, um maduro habitua-se a não ganhar, que raio, até se habitua a jogar miseravelmente, a ver as sequentes direcções vender o clube pelo preço mais baixo, a ver os amigos de outrora substituir-se nos cargos do futebol e galanar a animosidade de agora, mas isto já é demais.

o marketing do clube anda uma fona, a atrair adeptos (talvez seja a trair adeptos). esta promoção visa levar casais, e dar desconto por isso. (género entre dois, pague um e meio) o mal é que os casais têm de ser de sexos opostos (barbaridade) e o desconto é para o elemento feminino (descriminação),

afirma o clube ser descriminação positiva, para atrair mulheres. balelas, querem atrair mulheres, tornem o futebol atraente para elas (género, entrem dois, saiam satisfeitos com o futebol do clube, e vão para casa comemorar em intimidade). eu, aqui, já gabei, as adeptas leoninas, suponho que se for feito a escala maior resulte maior, sem necessidade de descriminação nenhuma.

mesmo sem a questão do timing (e, muitas vezes, o timing é tudo), é contraproducente. mais do que o futebol fraquito da equipa.....

casamentos



nunca tive grande vontade de me casar, mas se algum dia o fizesse, gostava que fosse de determinada maneira: casava por procuração, sendo que quem nos iria representar no registo seria um casal homossexual, que se quisesse casar e não lho fosse permitido por lei. os convidados seriam os do outro casal, nós estaríamos a fazer algo diverso em diverso sítio. deste modo, era a própria lei, ao permitir o casamento por procuração, a emendar o seu erro, de não permitir o casamento homossexual.

nestes parâmetros, pode dizer-se que desperdicei o meu casamento (a afirmação é hilariante, por motivos diversos). seja como for, já o fiz, vejo isso como serviço militar, é ir uma vez, em caso de necessidade, e só voltar por voluntariado, coisa que.......

outra coisa que me vem moendo é o número de casamentos a que fui que terminou. recuso fazer contabilidade, mas é uma maioria esmagadora, e eu não sou assim tão velho. e sei, por conhecimento próximo, que aqueles a que fui convidado tinham noivos convictos e confiantes, sem enganos e mentiras. a mim entristece o facto, mesmo sabendo que as pessoas, ao separar-se, ficaram melhor do que casadas nos casamentos que vi celebrar. moi-me ver sonhos acordar, acho.

uma das poucas coisas que me agrada nos casamentos é ver amigas felizes da vida. é uma coisa fascinante, mulheres a casar-se ficam tão hermosas que dá inveja do noivo, e não é só dos vestidos (porque há cada um que parecem dois. eu tenho uma amiga que fazia, infelizmente não fez do meu, mas fazia-os que eram deliciosos, dava vontade de casar só para os despir, depois de passar o dia a pensar nisso).

por escrever da alegria das meninas, é coisa de macho deprimir, de maneira machista, no dia. suponho que fazem os tais vestidos para uma alma se aguentar as 24 horas (e há uns que duram mais), como uma cenoura à frente de um burrito, para ele andar.

tenham a perspectiva que tiverem, de delicados a acelerados, há sempre um divórcio no final, (excepção dos que não deixam de sonhar, por mérito, ou dos que não são capazes de ser livres, por demérito) ou seja, duas festas pelo motivo de uma.

patinar no gelo



hoje não calcei os patins, foi só o meu filhote. ele adora, até tem jeito, mas gosta de fazer sozinho, à maneira dele, e demora mais (a teimosia é genética).

eu também me safo benzito, não envergonho (como um maduro, hoje, que começou a ganhar velocidade com a confiança e de repente viu as duas pernas fugir-lhe para a frente, antes de aterrar de ombros. acho que ficou paraplégico, só seguiu patinando para não dar parte de fraco.......).

em adolescente, tive (não fui só eu, era uma musa geracional) uma paixão pela katarina witt, menina alemã de leste (decorriam os oitentas, acho que ela, mais tarde e menos admirada, ainda patinou pela alemanha unificada).

ultimamente acho menos piada, é raro ver os campeonatos. mas agora que sei o que custa cair de cu e sentir a dor no orgulho, talvez volte a interessar-me.

sábado, 28 de novembro de 2009

romãs e desejos concretizados



prometido, devido.

andava para postar isto há uns dias, mas estive à espera que viesse o fotógrafo. calhou juntar o excelente ao delicioso, porque a fruta da sobremesa foi, tcham, tcham, tcham, tcham, romãs.

chamas art deco



gustavo's chez nous.

mostrei-lhe duas coisas especiais, uma o desenho da instalação que vai emoldurar a porta da despensa, esse aí em cima. fui-lho explicar no local, as voltas que os traços dão, o que cada parte do desenho representava. acho que foi a primeira vez que ele usufruiu, in loco, um desenho de trabalho meu e imaginou o resultado final.

um dos meus prazeres predilectos é fazer sonhar clientes, quando lhes provoco sonhos genuínos. foi a primeira vez que o fiz ao meu cliente predilecto.

a outra coisa especial vai ser ele a fotografar, mas carece de luz de dia, publico amanhã.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

(in)segurança social



tudo no mundo tem aspectos bons e maus, em simultâneo. por vezes, a diferença depende apenas da perspectiva (la perspective, mademoiselle, la perspective).

a juventude é um paradigma disto, do qual hoje falo na versão técnico do instituto de segurança social.

tive hoje reunião com um engenheiro novito, rapaz para menos de 30 anos, que só conhecia de telefone. fiquei muito bem impressionado, inteligente, perspicaz, não se deixa enrolar nas curvas, sabe fazê-las e trabalha com o objectivo puro de resolver problemas. o inconveniente é a insegurança, natural na falta de experiência, que o leva a agarrar-se ao texto da lei, sem grande amplitude para senso e sensibilidade (rapaz de valor, deu trabalho mas chegou lá, e conseguiu com isso que eu chegasse a alguns sítios que ele pretendia. adoro discussões produtivas).

por contraposição ao técnico que o antecedeu (e se reformou há pouco, deixando como herdança a análise do meu projecto), homem experiente de muitos anos a analisar projectos e vistoriar obras, desde o tempo em que os problemas, por graves que fossem, se resolviam (ou começavam a resolver) com uma boa almoçarada (and so on, and so on......). ora, eu não me importo de pagar almoços, mas sou esquisito nos motivos que me motivam a paga-los, e resolver problemas burocráticos não se enquadra, pelo que tínhamos uma relação de lascar. a agravar,a pouca inteligência do maduro, que se via sempre encravado no que dizia, dez minutos depois de o ter dito (porque há gente que fala sem pensar, o que por vezes é pior do que pensar e não falar), que não largava as convicções bacocas sem um cabrito e uma garrafita (and so on, and so on....) de tinto.

apetece-me escrever que prefiro as minhas mulheres com vícios (experientes) e os técnicos que analisam os meus projectos sem (puros). não é apenas consequência da idade, mas reflecte-se frequente.

castanhas depiladas



há pouco, eram 11 e um quarto, estava a organizar umas fotografias e vibrou o telefone: era o vizinho de baixo, "olha, não queres vir comer umas castanhas?". o meu vizinho é parecido comigo nalgumas coisitas, uma delas é na bizarria, outra na idiotice.

maravilha de castanhas (over cooked, who cares?), com moscatel e porto. o que esta casa tem de melhor são os vizinhos (incluindo a catraiada), a proximidade. porra, adoro proximidades.

meia noite e meia, durante as castanhas, recebi um sms: uma amiga a contar tinha feito a depilação. é disto que escrevi no post anterior, há alturas em que nada se passa e de repente, zing boom, a vida acontece bem.

amanhã tem manhã manhosa, reunião na segurança social, cliente complicado de controlar (e a doutora não vem, sniff), os técnicos deles são uns burocratas de gritar, mas ao fim do dia começa fds bom.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

pontos de pós café



p(re) scriptum- dois ou três pontos (moi, jáime un point, c'est tout. peut être un point de trop....), fruto de conversa pós café, porque o pós café de hoje foi com uma amiga com quem a alma se solta mais do que a língua, e esta já....

ponto um: moi sem ninguém por quem esperar, de sólido(a), e vai a conversa encaixar no assunto sentimental, por causa de uma mensagem que recebi, assunto profissional mas encanto pessoal. estava a descrever o tipo de relação, nada de relevante, ou a fase dela, e usei a expressão "dancing with ourselves", por ser um upgrade de dancing with myself, popularizado pelo billy idol, que é uma música de conotação particular (esclareço dúvidas via email).

segundo ponto: vegetarianos liberais têm sexo oral, evidente, mas vegetarianos fundamentalistas, terão? é o mal de todos os fundamentalismos, a exclusão do que não consideram fundamento.

troisième, preconceitos que se passam aos filhos: o que lhes damos e mostramos e ensinamos tem de ser o que acreditamos estar certo (só isso, já seria muito bom). para quem não se contenta com bom e ambiciona (dar o) excelente, há que ter em conta o modo como eles recebem a informação, porque o que lhes dizemos, para nós tão claro e linear, pode para eles, que não tem uma amplitude das relações que cada coisa implica tão abrangente como a nossa, ser edificador de conceitos (pré-conceitos, bons ou maus, nessas implicações) que não esperamos, e os quais não queremos de todo passar-lhes. porque o mundo dos putos, por mais que os pais os observem, perscrutem, entendam, bem, o mundo deles é muito maior que a parte dele que nós somos capazes de atingir, mesmo sendo bons pais. pais excelentes atingem que eles são mais do que nós poderíamos querer, desejar ou sonhar, a menos que sonhemos que eles são eles, livres.

e em quarto lugar..... outra expressão nova (porque com ela, expressões novas saltam como bicas, em quiosque da buondi, em estação de metropolitano, em lisboa, em hora de ponta): sexo alimentar. ligação fonética a banco alimentar (ligação paródica, sem nenhum desprestígio para o banco, para não ferir susceptibilidade a ninguém), onde as refeições, por mais carinho que tenham, não são como as cozinhadas em casa, por (e para) nós (e os nossos). porque estas, as caseiras, têm um tempero de base, chamam-lhe amor, paixão, carinho, whatever, é aquilo de que são feitos os sonhos.

last and never least, uma hipótese teórica imbecil e gritante, em simultâneo (apenas para pais (inclui mães)): que é menos doloroso imaginar, um filho viver longa e tristemente, junto de nós, ou morrer jovem (mesmo antes de nós, e mesmo com responsabilidade nossa) e distante e realizado e feliz? o modo como amamos uma mulher (ou homem, fica a gosto), a família, os amigos, grita muito de nós; o modo como amamos os filhos fala mais alto.

p(ós). scriptum- combinamos começar a gravar estas conversas, fazer um programa e ficar ricos.

time and tide wait for no man



é um ditado britânico. a primeira vez que o ouvi foi tão mediocremente pronunciado que não percebi pêva, à primeira. fiquei eu de pouco jeitoso a línguas (oh heresia, oh inveja, oh ignomínia), porque tive de pedir para mo repetirem, e acharam que tinham de mo traduzir (na verdade, tiveram mesmo).

parênteses (foi uma noite memorável, de inauguração de obra, casa cheia. eu ia voltar para lisboa, após os bebes, e o ditador (que disse o ditado, bom rapaz) ofereceu-se para me levar, de moto. acabei por ir com o senhor azevedo e a mulher, moravam em queluz, duas jóias de pessoas, que não voltei a ver: ele, de obesidade enorme, falador; ela pequeníssima, acanhada, quase invisível).

pois agora lembrei-me do dizer britânico, por ser verdadeiro, e por causa da julieta e do romeu, do shakspeare.

verdade maior é que ambos, tempo e marés, comigo, os três juntos, esperamos a qual valha a pena estarmos à espera por.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

get a bath



um dos problemas com os riscos, para além dos inerentes, é estar um fulano a apreciar a vidita que arranjou, e corre ainda o risco de aparecer um porco invejoso a estraga-la.

remédio? não é santo, mas costuma resultar: tomar um banho, banheira cheia, espuma a transbordar, velas acesas em redor, bebidas a gosto (para gulosos, juntar mão cheia de bombons), e, sendo possível, na companhia certa. é certo e seguro que não só o porco deixa de o ser, como não se rala mais com a alegria alheia....

do you feel lucky, punk?



hey, i gots to know.....

há alturas em que correr riscos é o único modo de ser livre.

a mim dizem que me porte bem, que sou doido, but i'm the one still standing.

e hoje, por causa de ontem, estou a considerar novo risco, feeling lucky, i guess, cause luck gots nothing to do whit it.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

outra forma de tocar-te



todos temos sítios que visitamos com propósitos diversos: conhecimento, descanso, animação, acção, carinho, ritmo, humor e por diante.

há um sítio que visito amiúde, um canal de vídeos do youtube. por vezes, encontro algumas coisas que ponho aqui, outras encontro lá coisas que tinha posto aqui.

é uma definição de toque, uma das minhas favoritas. no caso, é a possível, porque os anjos, tendo sexo, não são tangíveis.

sem segundas intenções, porque as minhas são todas primárias, are you gonna be my girl

p. s.- tangível está mal aplicado, a expressão correcta é tocável, mas a sonoridade de tangível aplica-se melhor. é uma incorrecção como os muitos decibéis de luz.....