terça-feira, 19 de novembro de 2019

um obrigado diferente ao zé mario branco











the year was  2004, and i was in a really bad place.

like a junkie, i was strapped to a situation that hurt me, surrounded by nasty bad people: successful men wearing ties, married to successful women married to them, with young men already wearing ties and looking for success and young women looking to marry them or built parallel success of their own.

friends were taken far away from me, family love restricted. all i had was them and the dope reason that made me stay. like every dope, my reason to stay was bigger than my ability to manege it. like every dope, it only allowed me a few moments of infinite pleasure per day, surrounded by misery all around. i felt i could toke all the misery for that short, immense joy, forever. i still think that i could have take it. 

but eventually i realize i would have to give him something back, bigger and better, and i would need to have clean mind and heart for that.

so, soon after this story happened, i got out. a wolf can't be bound like a dog. when it has to go, it will.

not proud of everything i've done then, or the way i've done it, still not an ounce of regret.

but i digress....

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the year was  2004, and i was in a really bad place.

one day, one of them come with the news we were going to a josé mário branco concert. it was strange, they never listen to him, and probably (mighty sure) hate the socialist communist bastard pig.

the reason we were going, was this concert to present his new record, don't remember the venue (some slack, over 50 now), and some kids from school were going to do a choir with him. some of their sons/grandsons study at that school, and were (not surprisingly) picked to sing. in reality, they were going to film their kinds singing with a famous guy (guess they would omit the socialist communist bastard pig part of it). tough i liked the kids (that's me, can't help me), i was going for the music, for some small taste of freedom for a couple hours.

obviously, all the musics lyrics denounce capitalist behaviors, social abuse, and praise a desire for freedom and human achievement. the audience were ecstatic, with exception of my party. they had to applaud, but boy oh boy, did it cost them.....

me, well, i was far from the kind soul i am now, i confess i laughed out loud has i applaud. aside from my dope, it was the best time i had in months.

the kids sung at the end, a beautiful moment, and they finally have their deserved satisfaction (and video proves of it).

leaving the venue, i had to listen how they thought zé mário abused the wordings, but i, still laughing in their faces, protest the opinion and praise the guy like a symbol of human greatness (implicitly opposed to the one they pretended to have).

zé mário, por tudo o resto maior, mas também por isto, obrigado.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

de Fez, com amor


















hoje tinha tudo para ser um dia ruim, e nas mais das horas foi.

mas de manhã, imprevisto e inesperado, conheci um fulano (e o filho). marroquino(s), faz(em) azulejos em Fez. 

fascinante a maneira como ele mexe nas peças, a intimidade, o conhecimento, o carinho, o gentil orgulho. 

estavam cá de férias, passaram na obra onde estou, seguiram a seguir para o norte de áfrica. há momentos de sorte.

fiquei a imaginar que o norte de áfrica não deve ser nada mau, para quem gosta de calor e emoções fortes. provavelmente não, mas fiquei a imaginar. of all the gin joints of all the towns in all the world....

e fiqo a sonhar com a próxima emoção inesperada. porque por estes dias tenho poucas, sempre inesperadas ou com curto aviso prévio de 24 horas, e quando aparecem tenho de as saborear até à seguinte.


portami via












"la vita è bella" é um filme do roberto benigni, o que teve os óscares.

não é o meu benigni favorito (esse é o "la tigre e la neve", porque relata com um absurdo ingénuo próximo daquele que uso para escolher coisas na vida), mas também é excelente.

o filme tem duas partes, este troço é o final da primeira.

é relevante porque, quando alguém está mal em determinado sítio da vida, há a sensação que mudar de lugar muda também a vida. isto não é uma verdade absoluta. mudar de sítio na vida não é só físico, endereço, carrinha de mudanças (aahhh, carrinhas de mudanças....).

se um fulano não souber para onde quer ir (na vida), ele pode ir mudando de endereço que a vida nunca será bela.

mas se um fulano souber para onde quer ir (na vida), ele há-de ir.

tem de estar preparado e capaz e generoso para quando o cavalo verde aparecer, e, nesse momento, fulano vai para onde quer.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

domingo, 8 de setembro de 2019

charge for the extraordinary










many times i go trough live in a calm rhythm, like a canoe down a friendly river, just adjusting course, enjoying the ride, feeling the breeze. 

sometimes, after being roughed, i try not to sink. sometimes it takes longer than others to right the canoe, maybe even fix some holes. sometimes, it takes a new canoe.

sometimes, unexpectedly, i need extraordinary.

not just want, i must taste it, like a sieged town making a cavalry charge out the drawbridge castle, just got to go out and  fight and conquer. whatever.

like lhasa sang in "mi vanidad",

ay! ya no se canta
como se cantaba ayer
ahora dicen "ven,
tomamos un cafe,
besamos en francais"

no, ya no se canta
"sin tu amor me morriré"
no se grita
"ya no aguanto este sufrir, quiero vivir"
linda cancion

those are the best of times.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

ultimate goal


















olá

pre-sciptum: definitivamente, não é acerca de suicídio.

há muitos anos atrás, eu conhecia (moderadamente) um rapaz. era um rapaz doce, inteligente, mas a vida pesava-lhe, acho. devia pesar-lhe muito, e ele desistiu de tudo. não sei exactamente o que lhe pesava, não me recordo do nome, mas recordo o rosto, os cabelos longos e a gentileza. e lembro-me dele bastas vezes, e imagino que ser humano seria hoje, e imagino que seria um ser humano excelente (o que diz dele e também de mim).

há alturas na vida em que parece teso resolver algo que necessita resolução.

as mais das alturas, está associado a algum sentimento próprio de ter errado, falhado (algumas alturas por falhas reais, outras apenas assim percebido pela outra parte, sendo que a percepção nos dói).

quando estas alturas se concentram, tempo e número, cresce uma vontade de desistir. alturas em que a vontade é desistir de algo, outras em que é desistir de tudo.

nestas alturas, tenho uma ideia recorrente:

não cortar caminhos. aplicar resiliência, olhar de (e em) frente, agir como se crê certo, pedir desculpa se for sentida.

em "x" tempo, a situação vai estar resolvida, vai ter perdido importância ou ganho importância positiva, pela resolução. e um fulano cresce, como deve crescer.

so, leveled eyes on the ultimate goal.


quinta-feira, 4 de julho de 2019

ups


















olá

o que me faz um lugar ser especial é a recordação de momentos felizes lá passados (ou sonho de futuros).

o que me faz alguém (ou certas coisas) ser(em) especial(ais) são as imperfeições (incluir anormalidades).

não estou a escrever de um nariz muito adunco ou desviado, de uma barriga proeminente, ou excesso (geral) de pêlos, que são todos eles imperfeições relevantes.

estou a escrever de traços de carácter. são as imperfeições (incluir fraquezas) dos outros, o modo como as vivem e as/se consomem que humanizam cada alma, a tornam única e, quer as amemos ou não, preciosas.

kintsugi é uma técnica que os japoneses desenvolveram, há séculos, de reparar cerâmicas partidas com ouro aplicado com laca, que amplia a visualidade da imperfeição e a aceita e valoriza.

jan vormann é um artista de que gosto bastante que faz algo semelhante em muros e paredes, com peças de lego, criando até pequenos universos e estórias dentro das imperfeições (resultando que sem elas, não existiriam os pequenos universos e estórias).

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há poucos dias, talvez por cansaço, parti um lavatório de cerâmica. é um lavatório precioso para a dona, que se fartou de o procurar e ficou delirante quando o encontrou.

e eu parti-o.

esta pessoa, de quem gosto moderadamente, tem uma imperfeição que me incomoda assaz: é fanática por perfeição (nivelamento de peças, simetrias, cores e tons). eu sei que ela sofre pelo lavatório agora imperfeito, mais do que eu, que sofro por o ter partido, e por ela sofrer mais do que eu. ela sofre pelo objecto, pelo trabalho que teve a encontra-lo, pela vitória da descoberta desperdiçada por mim. eu sofro pelo sofrimento da pessoa, ainda para mais porque o causei eu.

não gosto de todas as imperfeições (muito longe disso), mas quando aprecio alguém, é normalmente por elas. e normalmente as imperfeições que mais me fazem apreciar alguém são as de perspectiva humana.

sábado, 15 de junho de 2019

o que se leva deste mundo















olá.

hoje estávamos a almoçar e veio à conversa uma coisa que a minha avó me dizia, "come, come, que é o que se leva deste mundo". ou, se falasse para o meu irmão também, "comei, comei, .....".

na verdade, tudo que se come fica cá, de uma maneira ou de outra.

não se leva nada deste mundo, fica cá tudo.

o que a minha avó queria dizer, e com toda a razão, é que há coisas neste mundo que fazem a viagem muito mais saborosa, e ela fazia uma bôla de carne que lhe dava toda a razão.

o gesto de dar é mais valioso que o de receber (sem prejuízo de receber/aceitar, ser uma forma de dar/retornar).

mi abuelita deixou amor, em forma de recordação de bôla de carne. muitas vezes retornei esse cariño ao comer demasiada bôla, e tenho saudades de lhe dar o prazer (duplo) de me ver empanturrado.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

t´was a good day, today


















had this one coming long over due.

not cause old work is finally finishing nice, new one is coming, or money is ok.

or because it´s rainy and still some lasses wear sandals in the fresh rain (yeah, t´was yesterday, but i remember).

today i spoke with a love one, far away in time and space. still the same love, the same care, the same happiness for each other happiness, the same warmth for each others families, the some tenderness for old dreams.

we can never stay down when someone loves us. gotta get up, gotta go at it again.

yes, there´s a tomorrow, but we are alive today because we are loved and love today.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

bom dia



















(ou boa tarde, ou boa noite, dependendo da hora de leitura)

hoje estava a tentar entrar num prédio de que tenho chave da rua, mas fico sempre minutos a tentar que a dita chave abra a porta.

estava a debater com a fechadura, e estava um grupo de quatro pessoas de uma obra em frente, coisa grande, de ocupar todo o passeio com estaleiro, polícia a controlar entradas de pesados, múltiplos engenheiros.

a pessoa que mais falava, um operário, estava a desbastar num dos engenheiros da obra (que não estava presente, as outras três pessoas, uma mulher e dois homens, seriam técnicos, pela atitude): "não vale nada (ou algo de semelhante teor), entra pela obra e nem dá os bons dias!".

há alguns anos, numa outra obra (que eu fiscalizava) um pedreiro falava, de forma macia mas sentida, acerca do empreiteiro: "nem uma sanita põe aqui, para o pessoal, como se fossemos animais (algo do teor)".

obras e empreitadas serão temas excelentes de estudos sociológicos e comportamentais. eu tenho um valente fascínio pelas relações humanas, pelo que está subjacente aos comportamentos de cada indivíduo, o que o/a leva a agir de determinado modo, valorizar algo com determinado valor.

dar os bons dias é de graça.

colocar uma sanita de obra em obra, não sendo de graça, é poupança, porque evita pessoal a sair para ir mijar e cagar fora.

o que leva pessoas "de mais elevada importância" a agir como escrevi, é necessitarem dessa "mais elevada importância".

lá consegui abrir a porta, e o dia melhorou.

sábado, 11 de maio de 2019

o cliente benfiquista













algumas (bastas) pessoas com quem nos cruzamos são especiais, particulares, e algumas são também clientes.

tenho um que é benfiquista, homem de idade, patriarca de família (5 filhos e 13 netos).

(gosto ainda mais da mulher, um doce de senhora, mas um doce teso, mulher de luta, que sabe e gosta de ser generosa. pessoas que sabem o que custa ter e por isso gostam de dar são o meu calcanhar de aquiles).

ele vê-se que é um fulano difícil, hábitos enraizados. tem a benfica tv em casa e não falha um jogo importante. fica impaciente na hora das refeições, se atrasam, e vai "dar uma ajuda". (comem bem, comida regional, tradicional, a lembrar outros tempos). ele, em geral, fica impaciente quando as coisas que quer lhe demoram,

mas também é generoso, aprecia companhia, e quando o benfica perde aceita com graciosidade.

as pessoas têm características, defeitos e qualidades. para mim, são mais os defeitos que as tornam especiais.

neste caso, outra característica que torna este cliente especial é o vinho verde que gosta de partilhar. há algo muito especial em beber vinho verde com outras pessoas, e acompanhar com pão saloio, e salpicão, e queijo de cabra.

algumas pessoas são especiais e fazem-nos o dia.


lhasa











há sítios, pessoas, ideias, músicas, (e medos, remorsos, dúvias) a que voltamos ciclicamente.

um dos meus, seguramente o mais seguro, é lhasa de sela.

em alturas em que faz falta lembrar porquê, e se vale a pena, é como mergulhar num mar de vida e sair a escorrer e a sorrir, com a certeza de que sim, que vale a pena, e porque é que vale a pena.

quando meu miúdo era bebé, eu adormecia-o com histórias que inventava, ou cantava-lhe los peces. uma tarde ouviu o disco, e ficou com uma cara tão divertida, a pensar quem era aquela fulana que cantava a música dele, de maneira diferente do que o pai cantava.

tive a alegria de a ouvir ao vivo, em coimbra, porque alguém que me ama me comprou um bilhete à última hora. tudo que vem dela tem amor, nas várias formas (incluindo as dolorosas).

há seres mesmo humanos, e só deus tem os que mais gosta.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

enduring, enjoying



















tough, tough days, been missing out on a lot.

actually, it´s been weeks, now, i think maybe even months.

some huge bright spots, thou. someone smiled, someone hugged, someone reached, some dreams i´ve dreamed.

and this in he picture: i´ve seen the river a lot, drove beside it a lot, the cranes, the ships, those deceiving promises of happiness. this picture is form rua washington, when one is driving in town, turn right and down, and boom! zing boom!

enduring, enjoying.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

don't be a pussy











(in making art)

é saber comum que se se der um presente a um gato, ele prefere a caixa em que está embrulhado.

mas no que à arte (produção artística) diz respeito, a forma é menos importante que o conteúdo. sempre.

arte é comunicação, expressão. de algo que o autor acha importante (conteúdo) e quer dizer a outros(as), de modo (forma) que permita a sua penetração no(a) outro(a), a expansão em outros(as).

estética não é pecado, mas é secundária. é importante como veículo, como embrulho, e só é prioritário para gatos.

so, don't be a pussy, in making art.

terça-feira, 23 de abril de 2019

amor não pesa


















(e não prende)

hoje é capaz de ser comprido, porque sei do que quero escrever, mas ainda não sei tudo que quero escrever acerca, e sinto que vou patinar um pedacito.

hoje não escrevo de paixões, nem luxúrias, nem desejos, nem necessidades, que sendo sentimentos muito bons, frequentes, moderadamente satisfatórios, não são o assunto disto.

num livro (talvez n"o medo", talvez noutro), al berto descreve um amor e o seu final (tremendo, como todos os amores e finais têm de ser) que teve com um rapaz mais novo e belo. naturalmente, o rapaz acabou por se enamorar por outro amor. al berto ficou destroçado, "para morrer", e em conversa com uma amiga, conhecedora do desamor, esta diz-lhe que não se atreva a matar-se, porque o rapaz, que lhe deu tanto (em qualidade) não merece viver o resto da vida com o peso duma tal morte na alma.

nunca se deixa de amar alguém que se ama, não há fim. ainda amo a primeira mulher que amei, e vou amar até que doença ou morte me aniquilem memória. e as outras três entretanto, até que doença ou morte me eliminem memória, pelo tanto (em qualidade) que me deram e que eu lhes dei, pelo que plantámos e colhemos em corpos e almas que não eram alheias, e nunca poderão ser. e é felicidade (admirável) ver em mim e nas pessoas que amo(ei) frutos dessas sementes que deixei nelas e que deixaram em mim.

e gosto (de certo modo, preciso) de saber que estão felizes, mesmo longe. e quando posso levar um doce, fazer um cariño, provocar una sonrisa, levo e faço e provoco. amar alguém é levar-lhe bem, e deixar que ela nos traga bem, sabendo que, trazendo-me bem, isso a faz feliz, e a alegria é maior duas vezes.

e tenho dever de ficar e estar bem, porque elas não precisam viver a vida com a minha desgraça às costas. e dever de ficar bem é estar limpo, decente, capaz, leve, because tomorrow might be my good news day, e já devo isso à mulher que amar a seguir (para toda a vida).

alturas houve, antes de começar a amar, em que a vida me era pesada. o que acrescentei (e mudei) com esses amores (e não só, sendo franco) é o saber viver leve, e levar leveza a quem amo.

porque amanhã vai ser um dia bom para amores, e posso ver alguém  que me salva a vida. outra vez.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

..., nunca mais digo bom dia a ninguém












já contei esta piada noutro lugar, mas vou contar agora aqui, com comentários (explicar piadas é uma coisa reles de fazer, mas tenho andado bem disposto). 

em viagem com amigo meu, em trabalho, a passar a vasco da gama, norte para sul, manhã de sol, vidita boa, a acabar de acordar devagar, conversa tranquila, e ele, na sequência da conversa tranquila, diz: "se acertar no euromilhões, nunca mais digo bom dia a ninguém".

ora, "ele" é o meu amigo rogério, e diz bom dia com vontade a toda a gente, entre outras qualidades ainda mais apreciáveis.

eu achei que ele estava a deslizar, torci o nariz e disse que nem parecia ele.

e ele, a conduzir e a sorrir, acabou a frase: "só digo boa tarde e boa noite".

moral 1: indivíduo que é decente talvez deixe de trabalhar e de acordar cedo, mas não se estraga com dinheiro.

moral 2: aquela conversa de que os amigos são poucos e bons, e que se se tiver alguns é uma sorte? treta. amigo, na forma rica da expressão, é bom por definição. e não há limite de quantidade. e não os temos por sorte. talvez por karma, certamente por mérito.

terça-feira, 2 de abril de 2019

quem és tu?














uma revelação curiosa acerca de cada ser humano é o modo como responde à pergunta: "quem és?".

o primeiro e mais revelante  aspecto da resposta é o modo como a pergunta é compreendida, ao que é que é dada resposta, o que pessoas diferentes acham (ou gostariam) que as definisse.

há quem responda títulos académicos (antigamente nobiliárquicos, mas é já tão raro que agora tem piada), filho/neto de não sei quem (vulgo fidalgo), marido/esposa de fulana(o) tal (mais importante que o(a) próprio(a)), amigo(a) de, ou posições de importância profissional, como director, presidente, CEO, administrador ou, mais para o reles, chefe. este tipo de resposta propõe elevar quem responde acima do humano comum.

um elemento que não aparece nas respostas é o sexo (se estivermos a ver a pessoa ou lermos o nome), mas se a resposta for não presencial, acontece menção de idade, em alguns casos de beleza física (auto-avaliada ou o "dizem que"), altura, obesidade, traços pitorescos.

outro parâmetro frequente é o "sou de....", cidade, país, bairro, porque o sítio de onde vimos e/ou onde residimos nos molda e uniformiza aos vizinhos (pois). este parâmetro é-me importante, perspectiva profissional e linguística (porque gosto de línguas), e não perde validade se houver mudança de residência ("moro em corroios, mas sou da mouraria"). 

ainda outro é o facto de se "pertencer" a um grupo: religião, futebol, classe profissional, estilos de vida (gótico, beto/inho, skin, intelectual (talvez ninguém diga que é intelectual, mas gosta de ser assim visto pelos alheios)), associativismos políticos (com prefixo jota, para imberbes), militares de carreira (com menção de patente).

um campo de respostas que me agrada muito está relacionado com disposições, "sou sempre bem disposto", "sou muito calado", "sou uma pessoa com pouca/muita auto-estima", "sou um doce", "sou um bocado estupor, mas só às vezes".

há uma série interminável de outros elementos de resposta, mais particulares e menos agrupáveis, cuja conjugação fazem com que cada ser humano seja particular e único.

aquilo que se recebe de resposta muito menos vezes do que eu gostaria é "sou um ser humano decente". ou "tento".