sábado, 10 de outubro de 2009

chocolari



dia de selecção.

se fosse há dois anos, teria escrito "da nossa selecção", porque era o que era a do chocolari, nossa.

esta, bem, as cores estão conforme, o emblema idem, conhecemos os jogadores de há anos (eram da nossa....), mas.... não jogam grande espingarda (ainda menos do que a nossa....) e não nos representam como a nossa. não é uma questão de bandeiras nas janelas ou de não ganharem o suficiente, é um problema de representatividade, agudo.

todos temos as nossas deficiências insanáveis, coisas de que não só não gostamos mas de que desgostamos muito. mas sendo quem somos, e sendo desse modo, temos de viver com elas, entranhar e seguir. eu tenho pré-conceito com brasileiros (ambos os sexos), só o sotaque me causa incómodo. escrito isto, há excepções: jorge amado, liedson (não sei se ainda conta, porque já é português), ubaldo ribeiro, d. pedro IV (era português, depois ficou imperador pedro I do brasil, o do ipiranga (qualquer maduro que grite liberdade ganha o meu respeito)), a xuxa (menina ideal de ideal de menino), jô soares e chocolari, que não é nada burro.

se havia algo que o chocolari fazia bem, não era treinar futebol, não era falar com comunicação social, não era atirar murros. era fazer tudo isso como os portugueses fazem, pessimamente: de futebol todos sabemos tudo, teimosamente; com a comunicação social somos sempre engrupidos (ele vingava-nos) e atirar murros é coisa de eficácia alemã, nós somos mais de gritar para nos segurarem e quando chegamos a vias de facto, erramos. para cúmulo da empatia, ela sacava dinheiro como gente grande (coisa que admiramos, povo invejoso), mas conseguia fazê-lo de modo a que o considerássemos um robin hood, que roubava aos ricos para ficar com ele.

ele é como nós, melhor, como nós, portugueses, gostaríamos de ser, se fossemos capazes. e o burro é ele?

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