quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

cartas de amor



por estar a olhar para uma pilha de cartas com contas, em cima do estirador, lembrei-me que já quase não se escrevem cartas de amor. eu escrevi "quase" não se escrevem... alguns gauleses resistem, ainda e sempre... ui, não é isso, algumas pessoas resistem, ainda e sempre (quem dera), ao monopólio de sms's e email's.

eu confesso que a electrónica tem muitas vantagens: chega-se mais depressa, podemos juntar umas imagens (fotografias ou outras), fica mais barato, é mais producente. mas tem os seus riscos.

há coisa de um mês atrás, fiquei com um projecto por causa de uma sms quente. não fui eu que a enviei, sou um fulano discretíssimo (aliás, a fama que tenho não tem proveito, o que eu aproveito não me fica de fama). foi um colega (mais ou menos), à futura ex-mulher do cliente (mulher linda, reconheço), e embaralhou-se tudo. razão tenho eu em não querer misturar negócios e prazer. bem não é todo o prazer, apenas prazer carnal. bem, não é todo prazer carnal: bifes, javali, costeletas, essas carnes podem e devem misturar-se com trabalho. resulta o que se chama juntar o útil ao agradável.

voltando às cartas de amor. eu tive poucas, e escrevi ainda menos (pecado grave, tenho de me penitenciar: a próxima vez que me encantar, escrevo-o). assim de repente, recordo três: uma, falsa como serpente; outra, perfumada de morte (há quem saiba fazer as coisas, caramba); outra ainda, de entrega apaixonada. vieram por correio, foram entregues em mão ou simplesmente deixadas para ser encontradas.

as que escrevi, era catraio (mais ou menos), eram tolas e falavam de construir. escrevia acerca de duendes, magia, espaços enfeitiçados. engraçado ver que tantos anos depois ainda sonho o mesmo. pode-se ver isso como falta de evolução, de imaginação, ou como um entender precoce dos parâmetros que me trazem felicidade. voto no segundo (e a menos que os comentários me contradigam, o que é difícil porque os posso recusar, ganho por maioria e aclamação (nada me impede de aclamar)).

já agora, também poucas vezes flores adornaram encantos meus. assim de repente, recordo um ramo que tive de pedir para entregar (porque estava distante, só isso). é nessas alturas que sabemos quem são os amigos em quem podemos confiar, digo-vos eu.

e só uma vez me florearam a mim, um ramo de rosas lindo, de um encanto platónico. muita gente ri quando digo que fui um trengo, mas tive aquela mulher nos braços e nem um beijo lhe beijei. adiante...

deixo vídeos, perspectivas diferentes. take your peek. take all, hoje estou generoso.

http://www.youtube.com/watch?v=L4aTLurY3gw

http://www.youtube.com/watch?v=Syxwkc36jas

http://www.youtube.com/watch?v=6KZqfN9eh8w

3 comentários:

  1. Cartas de amor
    Quem as não tem
    Cartas de amor
    Pedaços de dor
    Sentidas de alguém
    Cartas de amor, andorinhas
    Que num vai e vem, levam bem
    Saudades minhas
    Cartas de amor, quem as não tem...

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  2. Recebeste vários bilhetes de amor...escritos por mim....e que amor...

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  3. o nick diz "i kiss the cold white envelope, press my lips against her name". fiz um resumo, miúda... e falei de uma tua, elogiei.

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