sábado, 21 de fevereiro de 2009

as voltas que o mundo nos dá



conheço um fulano que tem a teoria que, com o passar do tempo, o envelhecer, as pessoas não melhoram nem pioram, apenas intensificam, entranham mais, as características que tem. é uma teoria fatalista, onde não fica espaço para crescimento, no me gusta.

segundo ele, a menos que houvesse uma qualquer espécie de visão sublime, alguém que fosse manhoso, seria manhoso toda a vida. do mesmo modo, a menos que alguma tremenda desilusão ou desgraça acontecesse a uma pessoa boa, ela nunca deixaria de ser boa, e seria cada vez melhor.

ora isto é uma parvoíce pegada. não só porque generaliza, como porque está errado. cada pessoa pode aprender, melhorar, crescer, mingar, desgraçar-se.

o único aspecto da teoria dele com que concordo, é que acontecimentos que nos atinjam fundo, provocam (podem provocar) alterações igualmente profundas na perspectiva que temos da vida. quer isto dizer que, mesmo quando tomamos o nosso destino nas nossas mãos, conscientemente, há factores que não controlamos, e que nos afectam. tem a ver com a questão do fluxo, de que escrevi acerca alguns post's atrás: por melhor que saibamos nadar, há correntes que não conseguimos inverter (quem já correu risco de se afogar sabe do que falo).

tudo isto porque ontem me deparei com algo do meu passado. ontem vi como está actualmente um icon da minha adolescência.

era uma moça linda, seguro que preencheu muitas fantasias de muitos adolescentes meus contemporâneos, ginasta famosa, moça de futuro invejado. mas ontem vi-a triste, da ginasta cuja graça me encantava, nada. do sorriso, nada. apenas uma pessoa afogada num trabalho, olhar sem chama, atitude conformada. o que me incomodou (sim, incomodou é a expressão exacta) nem foi estar um batoque, sem amplitude gestual, foi não a ver sorrir. uma amiga, que a conhece razoavelmente, garantiu-me que foi do dia, que costuma ser uma pessoa muito alegre, a mais bem disposta do local. isso acalmou-me, mas o que guardo é uma mulher triste, que perdeu.

tenho de voltar lá, para a ver sorrir, questão de paz de espírito. e também porque não se come nada mal...

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