segunda-feira, 30 de novembro de 2009

casamentos



nunca tive grande vontade de me casar, mas se algum dia o fizesse, gostava que fosse de determinada maneira: casava por procuração, sendo que quem nos iria representar no registo seria um casal homossexual, que se quisesse casar e não lho fosse permitido por lei. os convidados seriam os do outro casal, nós estaríamos a fazer algo diverso em diverso sítio. deste modo, era a própria lei, ao permitir o casamento por procuração, a emendar o seu erro, de não permitir o casamento homossexual.

nestes parâmetros, pode dizer-se que desperdicei o meu casamento (a afirmação é hilariante, por motivos diversos). seja como for, já o fiz, vejo isso como serviço militar, é ir uma vez, em caso de necessidade, e só voltar por voluntariado, coisa que.......

outra coisa que me vem moendo é o número de casamentos a que fui que terminou. recuso fazer contabilidade, mas é uma maioria esmagadora, e eu não sou assim tão velho. e sei, por conhecimento próximo, que aqueles a que fui convidado tinham noivos convictos e confiantes, sem enganos e mentiras. a mim entristece o facto, mesmo sabendo que as pessoas, ao separar-se, ficaram melhor do que casadas nos casamentos que vi celebrar. moi-me ver sonhos acordar, acho.

uma das poucas coisas que me agrada nos casamentos é ver amigas felizes da vida. é uma coisa fascinante, mulheres a casar-se ficam tão hermosas que dá inveja do noivo, e não é só dos vestidos (porque há cada um que parecem dois. eu tenho uma amiga que fazia, infelizmente não fez do meu, mas fazia-os que eram deliciosos, dava vontade de casar só para os despir, depois de passar o dia a pensar nisso).

por escrever da alegria das meninas, é coisa de macho deprimir, de maneira machista, no dia. suponho que fazem os tais vestidos para uma alma se aguentar as 24 horas (e há uns que duram mais), como uma cenoura à frente de um burrito, para ele andar.

tenham a perspectiva que tiverem, de delicados a acelerados, há sempre um divórcio no final, (excepção dos que não deixam de sonhar, por mérito, ou dos que não são capazes de ser livres, por demérito) ou seja, duas festas pelo motivo de uma.

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