quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

relações abstractas



wassily kandinsky foi um pintor russo, final do século XIX.

foi a primeira alma a teorizar o abstraccionismo, compreendendo e expondo (extremo prazer de entender e dar aos outros esse conhecimento) as potencialidades das formas e cores na representação gráfica. escreveu livros teorizando-o, que ainda hoje fascinam estudantes (pelo menos no tempo em que eu ia à faculdade) e nos ajudam a encontrar a nossa própria forma de representação.

mais, não se limitou a adquirir e transmitir conhecimento, aplicou-o. nas suas obras, se nos abstrairmos (risos), podemos perceber as relações entre os vários elementos representados, e o que cada um contribui para o conjunto no geral.

porque arte é uma representação da realidade, mesmo abstracta, que mostra como essa realidade pode ser melhor. o objectivo maior da arte é tornar o mundo melhor, na perspectiva do autor, bien entendu.

a mim fascinam-me as relações entre as pessoas, o modo como cada um pode influenciar e interferir no ser relativo (e já não absoluto, isolado) que é o outro, tal como ao velho wassily fascinavam
as relações entre as formas e as cores.

por isso as provoco (às pessoas). vejo se encaixam, qual criança a ver se
a pirâmide cabe no buraco do cubo. claro que não cabe, quase nunca cabe. mas, algumas vezes, na tentativa de encaixe, cria-se uma relação mais forte e saborosa que o mero encaixe. porque se encaixar é crescer, descobrir é crescer mais, e crescer mais forte.

gosto de fazer parte do crescimento dos outros (mesmo cometendo excessos), adoro ficar a saber que fiz parte de algo que conseguiram. por isso, ser pai é a coisa que faço com mais prazer (e também melhor).

é assim que eu cresço.

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