quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

atracção pelo abismo




num post antigo, penso que acerca de pré-conceitos, falei em mulher ideal, algo do género. devo ter dito que era uma questão cultural, essa criação que cada um faz.

suponho que a mulher ideal de cada um toma contornos mais adultos, menos maternais, à medida que avançamos na puberdade.

não tive a sorte de avançar na minha na época da sophia loren, da brigitte bardot ou da cardinale. por outro lado, já estava bastante avançado no tempo da juliette binoche (somos contemporâneos, o ideal controi-se com mulheres mais velhas).

na minha puberdade, mesmo sendo injusto para várias outras (a começar pela valérie kaprinski), tenho de reconhecer que o meu imaginário girava à volta da nastassia kinski. "paris, texas" marcou-me (aquela camisola sobre a pele), mas tudo começou com um filme francês de que ainda guardo imagens fortíssimas, "a lua na valeta" (
onde também entrava a victoria abril).

foi neste, na intensidade da personagem da nastassia e da relação dela com o depardieu (que invejei de morte, porra, acho que ainda invejo), que me desgracei para a vida.

a verdade é que necessito (de há uns anos a esta parte, conscientemente) de relações e ligações com semelhante grau de intensidade. mas não se culpe apenas a nastassia, ela só iniciou o problema, que eu depois alimentei em tantos outros filmes, livros, quadros, esculturas, músicas. e em tantos locais, cheiros, sabores, conversas, ideias, mulheres.

uma amiga, que me conhece muito, diz que tenho atracção pelo abismo. uma espécie de capitão ahab, com fétiche por sandálias, em vez de baleias.

2 comentários:

  1. o fetiche serão as sandálias ou pés bem cuidados com unhas pintadas de vermelho?? zami

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  2. é juntar o útil e o agradável, mas vermelho não é a minha 1ª escolha de verniz...

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