terça-feira, 5 de janeiro de 2010

tornozelos e bofetadas



cena de um filme mexicano, década de 40:

em cholula, pueblo invadido por revolucionários, o jovem general está na rua, cinturões traçados ao peito, indiferente dos demais. passa a menina e, para subir um degrau alto, levanta ligeira a saia e mostra o tornozelo, ao subir.

latino, diz o general, que lho viu: "para ver de novo esse tornozelo (chamorro) era capaz de apanhar uma cacetada".

a menina pára, tranças descobertas, vira-se, mira-o feroz e volta atrás, em cima do degrau. levanta a saia e mostra os pés, perante o olhar admirado do general e compañeros.

depois, desce, fica de frente a ele e atira uma tremenda bofetada no revolucionário. " e se és homem aguenta outra
, porque me viste os dois tornozelos", e atira uma ainda mais feroz, que o deita por cima dos colegas.

satisfeita, afasta-se por onde ia, e o general, falando consigo e depois de calar o riso dos
compañeros, "vou casar com esta mulher"....

......

não foi destino, foi ele que lhe elogiou os tornozelos, foi ele quem decidiu, foi ela que quis voltar atrás e, na rua
mexicana cheia de gente, foi nele que plantou as bofetadas.

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