segunda-feira, 4 de abril de 2011

prazeres matinais



quando era muito miúdo, da idade do meu miúdo, ia muitas vezes enfiar-me na cama da minha avó, de manhã, ao acordar, e ficava a preguiçar. isto era nas férias, ia quando ela já estava levantada há muito e deixava a cama vazia, e guardei até hoje a sensação dos lençóis (naqueles tecidos antigos, sem luxos, tão hospitaleiros) e da almofada (uma trouxa comprida, que eu abraçava).

já graúdo, o meu maior prazer matinal passou ao café. sou péssimo de acordar (não sei se a preguiça nos lençóis da abuelita foi causa ou primeira manifestação), grunho, respondo torto (como se a culpa de acordar seja de quem me interpela), zumbo pela casa e pela rua até à cafeína. (nem sempre acordo assim (sexo matinal atenua isto e ter o gustavo connosco resolve), há manhãs más e há manhãs piores).

agora, pelas últimas semanas, é o sumo de laranja. ainda preciso e aprecio o café, mas a laranja é o que melhor me sabe, pela manhã. gosto de as espremer manualmente, aborrece-me o barulho dos espremedores eléctricos, e gosto de espremer nas mãos o que o espremedor deixou.

just to let you know i'm still here, and i fancy orange juice in the morning.

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