quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

os/as amigos/as



é uma tradição (sexista) nas ilhas dos açores, o dia dos amigos (e o dia das amigas) (e o dos compadres e o das comadres). nestes dias, os amigos cumprimentam-se, falam-se, saem para jantar e noitada. o dia das amigas
tem ainda mais piada, porque as mulheres e raparigas saem juntas e excedem-se (percebe-se melhor tendo em conta que é uma sociedade pouco liberal, a açoreana).

tendo também em conta que se trata de comunidades que vivem isoladas (volto a isto no final), existe uma mais valia na amizade. no continente, em situações urbanas, de metrópole (....), é fácil desprezar os outros, ignora-los, passar ao lado de emoções humanas, porque existem mil e uma outras emoções a ocupar a atenção: o trânsito e outras disputas urbanas (filas de supermercado, atenção do empregado de mesa do café), o stress do trabalho, as tecnologias novas e atraentes, o sossego sem que ninguém chateie ao fim do dia. nos açores (tal como em zonas muito rurais do continente) também há isto, numa escala menor, sem a mesma importância.

estar numa ilha sozinho é muito teso, e é por isso que o conceito de dia dos amigos é importante. por isso, bom dia de amigos aos amigos (e amigas, para contornar o sexismo da coisa) que tenho espalhados por aí.

pos scriptum- acerca de estar isolado numa ilha, li na altura que o túnel da mancha foi aberto, num qualquer jornal inglês, um cabeçalho fenomenal: "o continente deixou de estar isolado", o que é uma excelente questão de perspectiva.

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