quarta-feira, 13 de abril de 2011

ég er íslensk



(eu sou islandês, em islandês) por estes dias e cada vez mais.

para fazer um resumo, os islandeses votaram em referendo a recusa de pagar um prejuízo gerado por investimentos privados num banco islandês, obrigando o governo a não aceitar responsabilidades de indemnização aos governos inglês e holandês, por estes terem indemnizado os seus cidadãos por perdas de investimentos no banco de investimento islandês online icesave.

os argumentos para a recusa de responsabilidade pública são, simplificados, que os islandeses não deverão ser os únicos responsáveis por repor os valores, tendo em vista que o banco por trás dos investimentos (landsbanki) terá interesses e património suficientes para tal, mas tem-nos offshore.

porque raio hão-de os populares ser responsáveis por negócios de empresas particulares (bancos)? não é por reciprocidade, uma vez que não existe dos bancos co-responsabilidade pelos investimentos dos clientes. aliás, não existe dos bancos sequer co-responsabilidade daquilo de que são únicos responsáveis.

há uns meses, eric cantona promoveu uma acção de guerrilha aos bancos, a escala mundial, que sugeria a quem quisesse guerrilhar, a retirada de valores dos bancos, em determinado dia, deixando a claro que a gestão financeira destes é meramente contabilística e não real. foi um fracasso, muito pouca adesão.

julgo que as pessoas ainda julgam que precisam dos bancos, como julgam que precisam do fmi e do banco europeu, como os escravos eram educados a julgar que precisavam dos amos e as mulheres que precisavam dos maridos. tudo falso.

há pessoas que acreditam num deus qualquer, outras num partido ou dirigente político qualquer, outros na segurança do emprego seguro.

eu acredito em nós, pessoas, e numa revolução que não será de cravos, nem provavelmente de praças cheias de manifestantes debaixo de abusos de perenes governantes africanos.

eu acredito que, iniciando num dia determinado, todas as pessoas no mundo irão falhar, propositadamente, 3 prestações seguidas aos bancos e entidades de crédito. acredito que isso tornará claro que o real poder é popular. não populista, apenas popular, do povo. nosso.

2 comentários:

  1. não estamos a falar do mesmo, parece-me.

    o que escrevi está relacionado com um desejo pessoal de ver a economia mundial (portuguesa incluída) independente de manipulações bancárias, das quais apenas lucram investidores privados (no que seria investimento de risco aceitável, se os estados não viessem, em caso de caldo entornado, voltar a encher a panela com dinheiro dos contribuintes).

    não vejo relação dessa opinião com a posição finlandesa relativamente à ajuda à economia portuguesa (julgo ser isso a que te referias).

    passe a publicidade, dei uma vista de olhos ao teu blogue. portugal é um excelente país para férias. podia ser muito mais que isso, e não é.

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