terça-feira, 17 de agosto de 2010

a day at the zoo



hoje foi dia de jardim zoológico, com o gustavo, quase final de vacaciones (amanhã ainda temos praia...).

quem foi ao zoo em julho ou agosto percebe o que vou escrever: o espectáculo de golfinhos que lá fazem é emocionante (a mim emociona brutalmente, não há vez que não me venha água aos olhos, e farto-me de ver aquilo em repetido). quando calha estar anfiteatro cheio de gente, cachopada envolvida, é exponencialmente mais intenso. estou capaz de jurar que os golfinhos sorriram, pipas de vezes, animais mais apaixonantes.

um facto é que todas as actividades que os tratadores fazem para o público são educativas, mais do que lúdicas: eles explicam hábitos alimentares e sociais, explicam evolução de espécies, explicam os perigos de extinção, tudo de modo a atingir os miúdos (que são veículo privilegiado para que nos atinjam a nós, "adultos"). são extremamente eficazes nisso, e associando isso ao facto de ser informação "pura" e "limpa", tudo parece estar bem.

observando com maior distanciamento, trata-se de manipulação despudorada de massas: o delfinário é patrocinado pelos gelados olá, and so on, and so on.

sem dúvida que as condições dos animais, hoje, são excelentes (tirando o detalhe de estarem presos, mas há que se escreva acerca dele), que se não fosse uma apropriação do problema geral do zoológico numa perspectiva de mercado, o jardim teria perecido, com tudo que isso implica a nível de educação infantil, contacto com animais, e estudos zoológicos (que são realmente feitos, e produzem realmente efeitos).

mas não deixa de me doer que seja o "mal do mundo" a ter salvo o jardim zoológico (depois de o fragilizar, retirando-lhe clientes com a concorrência de outros produtos de entretenimento). não deixo de reconhecer que funcionou e produziu efeitos que valorizo, mas o percurso incomoda-me, e para além do desfecho, há o percurso.

p. s.- acerca da liberdade dos animais: muitos nascem em cativeiro, muitos não teriam nascido se não houvesse cativeiro, espécies estariam perdidas. é um mal menor? custa engolir, quando se trata de cativeiro. é algo contra-natura explicar às crianças o respeito pelos animais quando utilizamos exemplos deles presos,
o gustavo estranhou hoje que os papagaios, voando livres, não se fossem embora, procurar amigos noutros lugares.....

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