segunda-feira, 19 de abril de 2010

o ensino (da medicina)



corporativismo é uma das atitudes que mais me ira. a minha profissão não o é, e perde direitos e benefícios por isso, mas prefiro assim (mais do que o que se têm, importa o caminho para o obter).

estava na ronda pelas notícias e dei de letras com um artigo de opinião de antónio gil martis, ex-presidente da ordem dos médicos e blá blá. todo o artigo soa a corporativismo, manipulação de informação em favor de interesse da classe. soa, não conheço o assunto, calhando estou a ser injusto no que escrevo, por isso escrevo com essa salvaguarda de não dizer que é, mas que soa. e soa.

mas o final do texto é uma pérola, pelo menos para almas distraídas como a minha. o final não é acerca de medicina, não aumentar o número de médicos (para que não se tornem de "pé descalço, como na antiga união soviética", outra pérola), ou criar um financiamento independente do orçamento geral do estado para a medicina ("
para o qual todos contribuam proporcionalmente aos seus recursos e do qual todos usufruam de acordo com o esforço que fizeram
", sendo que me parece que, a ser assim, quem não faça o tal esforço não tem direito ao usufruto, vulgo, saúde. e que a união europeia, ao contrário do nosso primeiro (que podia ter arranjado um curso de medicina, em lugar do de engenharia, não?), não deve achar piada à ideia de desorçamentação da saúde).

o último parágrafo é acerca de educação do ensino de medicina (que se pode generalizar para o ensino superior em geral), onde se sugere que, em lugar de admitir nas faculdades alunos com base em notas e numerus clausus, se opte por um sistema que favoreça "vocações". e o senhor acaba por sugerir um método, simples e eficaz (soa mesmo muito possível).

e assim, apenas porque não parou de escrever quando tinha dito o que pareciam as patacoadas todas, o senhor deu razão ao dizer "it ain't over until the fat lady sings" (dizer que, imagino, esteja relacionado com os finais das óperas, em que as cantoras, verdadeiras baleias com vozes (que pré-conceito....), terminam o espectáculo com notas dignas de admiração).

3 comentários:

  1. Baleia? A Callas? :)

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  2. eu escrevi que era pré-conceito, e o dizer fala em fat lady, e há algumas que têm um peso tremendo....

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