sábado, 29 de outubro de 2011

a ferros










há coisas que não sei fazer (ou não sei fazer de determinada maneira) e nunca vou saber, seja por incapacidade ou opção.

um burro não voa (dizem) e pássaros não carregam albardas; há quem voe, há quem nade, há quem ande, quem gatinhe, quem corra, quem rasteje, quem salte e pule, e há quem fique imóvel; há quem escreva, quem dance, quem filme, quem cante, quem fotografe, quem grafite, quem pose, quem gestualize, quem mimetize, e há quem silencie de todos os modos imaginários.

não importa o que se é, desde que se seja o que se é. importar, importa, mas só depois, em segunda análise.

a mim mói histórias de gente que tenta forçar outros a serem-lhes iguais, de irmãos que não se entendem (mói porque estou bem habituado), de rejeições de pessoas fascinantes.

dói-me que essas pessoas fascinantes sejam incompreendidas por tais motivos (porque lhes dói), mas não me fazem pena. pena tenho dos imbecis que, colocando-as de parte, ficam sem usufruir do fascínio que elas emanam.

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