quinta-feira, 11 de novembro de 2010

mais encantos em coimbra, na despedida



é verdade que a vida pode ser linear, serenamente ritmada, com altos e baixos pouco acentuados. para algumas pessoas é quase sempre assim, para outras é assim em certos períodos, intervalos de tempo.

para esses outros, a vida atravessa, frequentemente, grandes flutuações, períodos em que se passa muito rápido de quase tudo para quase nada, and back. nessas circunstâncias, ajuda ser capaz de entender as flutuações como tal, não ficar inebriado com a escassez de ar dos picos altos nem deixar que os sonhos se atolem nas profundidades das profundezas.

é minha experiência de vida vivida que, em fases de quase derrota, surge uma (normalmente apenas uma) oportunidade de re-elevação, na mais variada forma (adequada à forma da derrota iminente). o que se faz com essa oportunidade baliza o que se denomina comummente "felicidade".

isto aplica-se a muitos aspectos e serve de introdução ao assunto de hoje, cultura em crescendo, em coimbra:

é nas alturas em que vamos abandonar algo que mais facilmente lhe denotamos as delícias (bem, nem sempre, mas no caso é). quando escolhi vir para coimbra, tive em conta a vida cultural que imaginei haver cá (e havia). hoje ela é diferente, utilizada por pessoas e perspectivas diferentes, menos genuína (acho), menos generosa e menos frequentada.

acontece nos últimos dias terem sido publicadas, nos jornais locais, reportagens da (re)abertura de espaços com funções culturais, e num virote, a minha perspectiva cultural de coimbra animou-se: vai reabrir o cinema avenida, como theatrix; depois de remodelado, o edifício original da bissaya barreto, na sá da bandeira,
vai ser utilizado como casa das artes sede, para três associações culturais; e finalmente, após muita dedicação e paleio, foi iniciada a obra de reconversão da igreja do convento de são francisco em centro de artes e convenções.

se a isto somarmos a reabertura, ainda recente, do mosteiro de santa clara-a-velha, (e a outras novas actividades, menos aguardadas e de menos (que não menor importância) impacto), coimbra vai ter muitos mais encantos, independente de ser ou não hora de virar costas.

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