hábitos

por definição, todos os hábitos são maus, no meu mundo. é regra, e todas tem excepções. mas por definição, são definitivamente maus, os hábitos.

por exemplo, eu vir aqui escrever todos os dias tornou-se um hábito. não para mim, que é já um vício. mas para a legião (se não é uma legião, é pelo menos uma centúria) de seguidoras(es) que tenho, de me virem ler. isto não é o público (nem sei bem se é público, porque é meio privado).

tive reclamações e ameaças, juras de rejeição e implorações (as minhas preferidas). para ser mesmo franco, houve uma alma que perguntou se não escrevia ontem... mas se chegarmos a uma, podemos salvar o mundo!

voltando aos hábitos, quero reformular. não são todos maus, o que acontece é que tem todos um lado mau muito intenso: o que está relacionado com a rotina.

as minhas rotinas, tento reduzir ao extremamente (reduzir ao extremo, pode-se?) necessário. e mesmo nisso, troco-lhes as horas, não rotino de maneira rotineira (rotinante? rotinosa?). por exemplo, não tenho horas certas para fazer refeições (muitas vezes esqueço-me), nem para dormir (nem felizmente para acordar).

olhando assim de repente, e sou capaz de estar a forçar (ou descobri uma pólvora qualquer), são a modos como os pré-conceitos: toda a gente os tem, vamos adquirindo ao longo da vida, culturalmente, e só são maus se nos impedirem de progredir, de ir para além deles.

também as rotinas são uma parte estrutural da nossa vida: tomar banho, vestir, café, ler, dormir abraçado à almofada (uma perna estendida e outra dobrada), começar sexo com um minete (agora fui homofóbico, podia ter escrito sexo oral), limpar o rabo depois de ... (interpretem como quiserem), contar histórias aos filhos para eles adormecerem, olhar primeiro para os pés das mulheres (hoje vi 3 pares de sandálias, bendito sol), etc. bem, todos estes exemplos são opcionais, excepto o banhito (estamos num blogue asseado e pedagógico).

por vezes, há que mudar de hábitos: quando a vida gira, quando alguém se farta de nós, quando somos despedidos, quando mudamos de casa, quando nos apaixonamos, quando ganhamos o euromilhões. bem, este apenas imagino. e também nunca fui despedido, nunca recebi "supsídio" (como dizia um cliente alemão) de desemprego. nem de doença, mas doente já estive. até há correntes de opinião que não me consideram nada são, mas para isso não há "supsídios".

vinha para escrever umas linhas soltas, e derrapei. fartei-me de escrever e nada que se aproveite. e nem falei dos hábitos dos monges. que é mais uma expressão sexista, porque os hábitos nem sempre fazem apenas os monges, também não fazem as abadessas nem as freiras (serão a mesma coisa? nunca espreitei debaixo do hábito de nenhuma). daqui derrapo outra vez para doces conventuais, e volto aos minetes. derrapei demais, onde diz minetes façam a delicadeza de ler papos de anjo...