depois de 87 dias, este é o post 100.
porque é preciso não faltar à palavra (ainda mais perante quem nos acredita) e firmei compromisso de explicar as romãs, é altura de cumprir.
quando tive de escolher o nome para isto (iap, a estes é preciso baptiza-los, antes de nascerem), e porque a escolha de nomes é importante para mim, fiquei a antecipar acerca do que escreveria, que perspectivas ia deixar aqui, que ia ser isto, para mim.
decidi que ia ser lugar de exposição de desejos de todo o tipo, desde os eróticos aos sonhos parvos (mais destes, se calhar), com visitas a reclamações e bengaladas em mesquindad's, sem esquecer abraços a amigos e provocações com destinatário(a)s mais ou menos gerais. daí ter decidido incluir no nome "desejos".
mas como a mais intensa característica deste blogue é a genuinidade (há quem diga que abuse, de uma maneira sã), acrescentei ao nome um desejo genuíno meu. vêm daí as romãs, que passo finalmente a expor.
a mesma pessoa que diz que abuso na genuinidade diz também que é fruta sem sabor, e o meu filhote reclama das pevides... eu adoro romãs, não pelo sabor (de que gosto, também), mas de as descascar, ou melhor, o prazer das romãs vem após retirar-lhes a casca.
está em ter nas mãos o fruto já descascado, com as sementes agrupadas sob finas películas, que é preciso retirar delicadamente. fazendo-o, soltam-se agrupamentos delas, que é necessário depois separar, uma a uma, tarefa afrodisíaca e, quantas vezes, se estiverem maduras, sumarenta de sangue.
os gregos, que nestas coisas são vivos, consideravam-nas um símbolo de fertilidade, e dedicaram a romãzeira a afrodite, deusa do amor e de outras coisas boas.
a mim, soltar as sementes traz-me à imaginação acariciar de mamilos, pela delicadeza necessária ao gesto, pelo erotismo que implica e pela antecipação de sabor que se segue.
p.s.- sabe muito melhor se for bem partilhado...
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