terça-feira, 17 de março de 2009

a árvore que chora



estava a escrever um elogio, mas fiquei sem vontade.

eu tenho uma vida boa, no geral. posso estar a ser optimista acerca disto, mas a verdade é que tenho o que escolhi, retiro o prazer e pago as consequências de tudo que fiz.

nunca se ganha sempre, nunca se perde sempre. mau mau, para mim, é passar a vida a empatar. principalmente, quando se passa a vida a empatar a vida dos outros, que não tem culpa. e mesmo quando a tem, nem que seja a culpa de ter acreditado, é mau empatar-lhes a vida. é o que eu acho.

por vezes, acontece-me ficar triste com algo. não há muitas coisas que me deixem triste, mas calha. pensando bem, até há umas poucas.

hoje calhou uma. apetece-me fazer uma avaria qualquer, calhando ainda faço. ir remar para o mondego sabia bem, mas um gajo nunca tem um kaiak disponível quando precisa...

melhor, o que me apetece é saltar de pára-quedas. claro que também não está disponível, e ainda é preciso o avião, e se um gajo se desenrasca com o remo, já saltar é teso, mas é mesmo o que me apetece. vai ser outro dia, que não esta noite.

vou ter de me contentar com algo mais palpável.

posso pegar no projecto de que escrevi há post's atrás, alivia-me a alma. mas tenho a alma amarga, hoje, vou contamina-lo de azedume. se não vais fazer nada de jeito, não faças nada, i always say.

vou arranjar uma moto, decidi agora. se já a tivesse, ia subir a serra, fazer curvas, ver o luar entre os pinheiros e os eucaliptos. ia ter com uma árvore que chora, conforta-la, porque esta noite ela chora por mim.

p.s.- para desconhecedores, a técnica de curvar em corridas de motos é deixar derrapar o pneu traseiro. reconheço que derrapei, não estava a olhar para a pista. façam obséquio de desculpar, sim?

p.p.s.- mais uma desculpa, ia postar a árvore, mas a fotografia não estava disponível. maybe later...

1 comentário:

  1. a fotografia estava disponível, mea culpa, mea maxima culpa. já aí está

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