hoje estava a falar com um amigo e cliente, ao almoço. ele veio por aqui comer uma bifana, para matar a fome, e ligou-me pela companhia. gosto dele, conhecemos-nos há muito e muitas vezes calha a conversa deslizar para quando tudo estiver a correr bem. já faltou mais...
hoje veio à conversa, pela altura do gelado de caramelo, angola. para ser franco, preferia viver em moçambique, mas angola também servia, gostava de viver lá uns anos.
pela experiência de viveres diferentes, pela oportunidade de ter outro ritmo de vida, de saber outros sabores, por conhecer outras prioridades na habitação. e pela música, as cores, os cheiros, o mar.
também porque sonhamos sempre que noutras paragens não haverá algumas das cosias más que conhecemos aqui. sei lá, optimismo parvo...
há muitas pessoas a fazer essa opção, é uma terra de oportunidades. voltou a ser, aliás. sempre que o assunto é ir para áfrica, recordo a ilustre casa de ramires, do eça, como gonçalo se "salvou" por ter ido e feito fortuna. de certa maneira, foi todo portugal que foi, e é uma parte de portugal que tenta ir agora, de novo.
eu acho que uma alma pode ser salva por outra, mas também o pode ser por uma cultura. tem a ver com encontrarmos um lugar onde estejamos em casa, envolvidos, confortáveis. esse lugar pode ser uma pessoa, um lugar, talvez até uma actividade. se calhar, ainda pode ser mais coisas, e não me lembro delas.
eu gostava de ir, como o gonçalo. mas ele não tinha filho(s) e eu não sei viver sem o meu.
Ola
ResponderEliminarCá estou eu de novo..já nao vinha aqui há algum tempo...realmente tens um blogue de pasmar!!!
E por falar em Angola, dedico-te um poema de um autor angolano. Beijinhos e um dia feliz. Angela
Namoro
Música: Fausto
Letra: Viriato Cruz
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Mandei-lhe uma carta
em papel perfumado
e com letra bonita
dizia ela tinha
um sorriso luminoso
tão triste e gaiato
como o sol de Novembro
brincando de artista
nas acácias floridas
na fímbria do mar
Sua pele macia
era suma-uma
sua pele macias
cheirando a rosas
seus seios laranja
laranja do Loge
eu mandei-lhe essa carta
e ela disse que não
Mandei-lhe um cartão
que o amigo maninho tipografou
'por ti sofre o meu coração'
num canto 'sim'
noutro canto 'não'
e ela o canto do 'não'
dobrou
Mandei-lhe um recado
pela Zefa do sete
pedindo e rogando
de joelhos no chão
pela Sra do Cabo,
pela Sta Efigénia
me desse a ventura
do seu namoro
e ela disse que não
Mandei à Vó Xica,
quimbanda de fama
a areia da marca
que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço
bem forte e seguro
e dele nascesse
um amor como o meu
e o feitiço falhou
Andei barbado,
sujo e descalço
como um monangamba
procuraram por mim
não viu ai não viu ai
não viu Benjamim
e perdido me deram
no morro da Samba
Para me distrair
levaram-me ao baile
do Sr. Januário,
mas ela lá estava
num canto a rir,
contando o meu caso
às moças mais lindas
do bairro operário
Tocaram a rumba
e dancei com ela
e num passo maluco
voamos na sala
qual uma estrela
riscando o céu
e a malta gritou
'Aí Benjamim'
Olhei-a nos olhos
sorriu para mim
pedi-lhe um beijo
lá lá lá lá lá
lá lá lá lá lá
E ela disse que sim
e agora imagino pessoas a bailar à entrada de minha casa/ para minha salvação
ResponderEliminarlá lá lá lá lá
lá lá lá lá lá
e ela disse que sim