terça-feira, 17 de março de 2009

gonçalo mendes ramires



hoje estava a falar com um amigo e cliente, ao almoço. ele veio por aqui comer uma bifana, para matar a fome, e ligou-me pela companhia. gosto dele, conhecemos-nos há muito e muitas vezes calha a conversa deslizar para quando tudo estiver a correr bem. já faltou mais...

hoje veio à conversa, pela altura do gelado de caramelo, angola. para ser franco, preferia viver em moçambique, mas angola também servia, gostava de viver lá uns anos.

pela experiência de viveres diferentes, pela oportunidade de ter outro ritmo de vida, de saber outros sabores, por conhecer outras prioridades na habitação. e pela música, as cores, os cheiros, o mar.

também porque sonhamos sempre que noutras paragens não haverá algumas das cosias más que conhecemos aqui. sei lá, optimismo parvo...

há muitas pessoas a fazer essa opção, é uma terra de oportunidades. voltou a ser, aliás. sempre que o assunto é ir para áfrica, recordo a ilustre casa de ramires, do eça, como gonçalo se "salvou" por ter ido e feito fortuna. de certa maneira, foi todo portugal que foi, e é uma parte de portugal que tenta ir agora, de novo.

eu acho que uma alma pode ser salva por outra, mas também o pode ser por uma cultura. tem a ver com encontrarmos um lugar onde estejamos em casa, envolvidos, confortáveis. esse lugar pode ser uma pessoa, um lugar, talvez até uma actividade. se calhar, ainda pode ser mais coisas, e não me lembro delas.

eu gostava de ir, como o gonçalo. mas ele não tinha filho(s) e eu não sei viver sem o meu.

2 comentários:

  1. Ola
    Cá estou eu de novo..já nao vinha aqui há algum tempo...realmente tens um blogue de pasmar!!!

    E por falar em Angola, dedico-te um poema de um autor angolano. Beijinhos e um dia feliz. Angela

    Namoro
    Música: Fausto
    Letra: Viriato Cruz

    -----------------------------------------------

    Mandei-lhe uma carta
    em papel perfumado
    e com letra bonita
    dizia ela tinha
    um sorriso luminoso
    tão triste e gaiato
    como o sol de Novembro
    brincando de artista
    nas acácias floridas
    na fímbria do mar

    Sua pele macia
    era suma-uma
    sua pele macias
    cheirando a rosas
    seus seios laranja
    laranja do Loge
    eu mandei-lhe essa carta
    e ela disse que não

    Mandei-lhe um cartão
    que o amigo maninho tipografou
    'por ti sofre o meu coração'
    num canto 'sim'
    noutro canto 'não'
    e ela o canto do 'não'
    dobrou

    Mandei-lhe um recado
    pela Zefa do sete
    pedindo e rogando
    de joelhos no chão
    pela Sra do Cabo,
    pela Sta Efigénia
    me desse a ventura
    do seu namoro
    e ela disse que não

    Mandei à Vó Xica,
    quimbanda de fama
    a areia da marca
    que o seu pé deixou
    para que fizesse um feitiço
    bem forte e seguro
    e dele nascesse
    um amor como o meu
    e o feitiço falhou

    Andei barbado,
    sujo e descalço
    como um monangamba
    procuraram por mim
    não viu ai não viu ai
    não viu Benjamim
    e perdido me deram
    no morro da Samba

    Para me distrair
    levaram-me ao baile
    do Sr. Januário,
    mas ela lá estava
    num canto a rir,
    contando o meu caso
    às moças mais lindas
    do bairro operário

    Tocaram a rumba
    e dancei com ela
    e num passo maluco
    voamos na sala
    qual uma estrela
    riscando o céu
    e a malta gritou
    'Aí Benjamim'

    Olhei-a nos olhos
    sorriu para mim
    pedi-lhe um beijo
    lá lá lá lá lá
    lá lá lá lá lá
    E ela disse que sim

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  2. e agora imagino pessoas a bailar à entrada de minha casa/ para minha salvação
    lá lá lá lá lá
    lá lá lá lá lá
    e ela disse que sim

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