quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

estou sem sono



porra de noite.

o sporting levou 5 (vou deixar de falar de futebol), os knicks ficaram curtos outra vez (chega a ser desesperante, dão avanço todos os jogos, hoje ficaram quase, quase, quase), fui entregar um trabalho a um cliente e receber euros, zip, vi que tenho um aviso de corte da edp (que devia estar a ser paga pela porra do banco, mas parece que não), vou ter de acordar de madrugada para ir à loja do cidadão pagar, antes de ir para tábua, convencer um cliente que tudo que ele quer fazer é estúpido (e é mesmo, raios parta!).

estou sem sono e não me apetece ler. é uma altura daquelas em que sexo calhava mesmo bem. ou então ficar a ver alguém dormir, serena. serena-me, ver alguém dormir, serena. com o gustavo também resulta, até melhor. adoro vê-lo dormir, fico com a certeza que está tudo bem. mas hoje não está ninguém.

só preocupações, e o carro do lixo, que passa a esta hora. há alturas em que fico invejoso por não ter um trabalho simples, sem responsabilidades. podia ser almeida (é o que chamamos em lisboa aos "homens do lixo"), ou porteiro, em qualquer lado (menos bares e discotecas, um sítio sossegado, só tinha de abrir a porta e ser simpático). é o meu yin preguiçoso a falar: "deixa lá essa merda toda de seres teimoso, pára de lhe chamares convicto, e encosta-te a qualquer coisa tranquila". mas o yang grita sempre mais alto; "foda-se, eu era lá feliz encostado! venha o que vier, resolvo, e sigo". o meu yang grita sempre mais alto, tenho yin fraquito.

quase nunca tenho insónias, consequência de consciência tranquila, digo eu. as poucas vezes que isto me dá é quando acumula muitas coisas, para resolver ao mesmo tempo. acho que o cérebro se recusa a parar, preferia começar já, recuperar horas. por falar em horas, são quatro. em minha casa ouço os sinos de s. josé. quase nunca dou por eles, força de os ouvir, mas nestas alturas, quando se houve o carro do lixo, também se ouvem os sinos de s. josé.

daqui a pouco, cantam os passaritos. pousam nos beirados, acordam sempre bem dispostos. já aconteceu, no verão, entrarem em casa, voarem por aí. são meus vizinhos. houve um período que eram os meus únicos vizinhos, o sonho do prédio esvaziou-se, só fiquei eu. mas agora está mais gente, tenho gente no andar de baixo. os putos perguntam pelo gustavo, vem cá brincar com ele, e ele vai para lá. e quando estão todos na escola, em dias de janelas abertas, por vezes a d. luísa canta fado, parece que vivo na mouraria. nem sei se ela canta bem, mas que sabe bem, sabe.

um dia, breve, o prédio vai estar cheio, outra vez, portas abertas dos apartamentos todos, outra vez. vamos ter de procurar os miúdos pelas casas dos vizinhos, tomar refeições juntos, beber umas cervejas à noite, a falar de nada mais coisa nenhuma, a ouvir lhasa ou carlos santana. já houve gente que esteve e saiu. há gente que saiu e vai voltar. há, algures, alguém que ainda não esteve, mas vem. e vai querer ficar.

daqui, porque gosto de vós, velo o vosso sono. gostava que todos estivessem a sonhar um sonho tão doce como o meu.

7 comentários:

  1. Bastava deixares que eu já ai estava...lembro-m quando acordava a meio da noite e me olhavas com ar ternurento...tenho saudades desses momentos...

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  2. reformulo, é o mal dos comentários anónimos...

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  3. Pensa lá um bocadinho e saberás quem sou...fogo joca....

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  4. been there, done that, gone out. mas foi simpático lembrares, sonhos bons

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  5. Em breve reuniremos a família à volta da mesa.
    Brindaremos ao momento e a tudo aquilo que de bom o futuro nos reserva.
    beijos

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  6. brindamos com vinho do pico, licor de amora, e petiscamos queijo da ilha. vais ver que, finalmente, te vão saber messssssmo bem.

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