erramos. todos erramos, milhões de vezes.
mas alguns deles são tremendos de deixar atrás. mesmo quando fazemos tudo possível para o reparar.
estive a ver um filme, em que um fulano cometeu um erro tremendo, atropelou um pai e as duas filhas, e fugiu.
no momento, foi mais do que ele podia suportar, e fugiu. passado o momento, o fulano não fugiu mais, foi à polícia, entregou-se, foi preso, cumpriu pena. ao voltar para casa, tinha o abraço dos seus filhos. ao fazer amor com a mulher, recordou a face de uma das meninas que atropelara. e mais tarde, os filhos perguntaram se era verdade o que diziam na escola, que ele tinha morto aquelas pessoas. mais uma vez, não fugiu. não se mente a ninguém, mas às crianças é mortal. quando dormiam, voltou a ser insuportável, e fugiu de novo, para longe.
era um filme, o fulano acabou por conhecer a mãe das crianças que atropelara. entregou-se-lhe, para que o matasse. que se foda a bíblia, por vezes um olho vale um olho. por ser um filme, ela não o fez, acabou por liberta-lo, diluir-lhe a culpa. era um filme, e ela estava grávida. nenhum filho substitui outro, mas deve ser impossível odiar quando um bebé vai nascer.
quando voltou para casa de vez, a mulher estava no sofá, as duas crianças a dormir-lhe no colo. nunca fica tudo bem, quando alguém morre. mas se olharmos de frente os erros que cometemos, também podemos olhar os outros de frente, principalmente os nossos filhos.
porque eles sabem, se lhes mentir-mos. é um erro mortal.
p.s.- dêem desconto, hoje estou meio largado.
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