há alguns anos andei encantado com uma engenheira da câmara municipal. moça simples, de uma beleza simples que mesmo assim tinha de se descobrir, mãos sempre geladas, tal como o sorriso, sempre franco.
reparando no meu encanto (nada sério, daquelas dores que doem pouco), um cliente meu "aconselhou-ma". dizia ele que era boa moça e nem se maquilhava. turns out, ela não gosta lá muito de teatro e o assunto ficou por isso mesmo.
aqui, já gabei pessoas genuínas (as outras pouco me interessam, confesso). o que me trás ao que considero genuíno: nada tem a ver com o facto de a pessoa se apresentar sem adereços e tudo a ver com o se apresentar como realmente é, mesmo que para isso precise dos adereços mais bizarros (confesso em encanto por esta moça, doloroso).
deixo exemplo de um fulano que conheço: apresenta-se como se fosse uma pessoa excelente, cheio de confiança e humanismo, preocupada com o mundo, a ponto de lhe sentir as dores. na realidade, como rápido se percebe, é o inverso. há pessoas que são de tal modo falsas que se tornam genuínas, por inversão.....
acho que o limite entre fora e dentro, nisto, tem a ver com a pessoa saber o que é (mesmo que seja um palhaço) e agir em conformidade tal que se torna transparente. não apensa translúcida. transparente de todo.
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