tudo no mundo tem aspectos bons e maus, em simultâneo. por vezes, a diferença depende apenas da perspectiva (la perspective, mademoiselle, la perspective).
a juventude é um paradigma disto, do qual hoje falo na versão técnico do instituto de segurança social.
tive hoje reunião com um engenheiro novito, rapaz para menos de 30 anos, que só conhecia de telefone. fiquei muito bem impressionado, inteligente, perspicaz, não se deixa enrolar nas curvas, sabe fazê-las e trabalha com o objectivo puro de resolver problemas. o inconveniente é a insegurança, natural na falta de experiência, que o leva a agarrar-se ao texto da lei, sem grande amplitude para senso e sensibilidade (rapaz de valor, deu trabalho mas chegou lá, e conseguiu com isso que eu chegasse a alguns sítios que ele pretendia. adoro discussões produtivas).
por contraposição ao técnico que o antecedeu (e se reformou há pouco, deixando como herdança a análise do meu projecto), homem experiente de muitos anos a analisar projectos e vistoriar obras, desde o tempo em que os problemas, por graves que fossem, se resolviam (ou começavam a resolver) com uma boa almoçarada (and so on, and so on......). ora, eu não me importo de pagar almoços, mas sou esquisito nos motivos que me motivam a paga-los, e resolver problemas burocráticos não se enquadra, pelo que tínhamos uma relação de lascar. a agravar,a pouca inteligência do maduro, que se via sempre encravado no que dizia, dez minutos depois de o ter dito (porque há gente que fala sem pensar, o que por vezes é pior do que pensar e não falar), que não largava as convicções bacocas sem um cabrito e uma garrafita (and so on, and so on....) de tinto.
apetece-me escrever que prefiro as minhas mulheres com vícios (experientes) e os técnicos que analisam os meus projectos sem (puros). não é apenas consequência da idade, mas reflecte-se frequente.
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