sábado, 31 de janeiro de 2009

elogio do rugby



os elogios vão fazer desporto (já que eu não faço). bem, desta maneira, sou eu que faço (desporto, risos). que fique claro, não vou elogiar a prática de desporto em geral, nem dos desportos que elogio em particular. elogio o desporto em si, as suas características mais importantes (para mim), e o impacto que causa, em geral.

começo pelo rugby, desporto colectivo, praticado por equipas de 15 jogadores cada, existindo uma variante de 7, mais recente e mais dinâmica, denominada rugby sevens.

há várias histórias relacionadas com o nascimento do rugby, algumas remontam ao império romano, e até antes, à grécia clássica. outras, mais "mainstream", referem que o jogo terá oficialmente começado com uma jogada em falta durante um jogo de futebol (década de 20 do século XIX), por um certo william webb ellis, que pegou na bola à mão, e correu com ela até à linha de fundo adversária.

numa perspectiva mais filosófica, o jogo materializa uma batalha, onde a táctica é muito importante, podendo os jogadores ser vistos como soldados (que procuram invadir o terreno adversário), os pontapés como disparos de canhão para abrir linhas inimigas (quando efectuados para ganhar terreno) ou danificar torreões (quando realizados aos postes), e o ensaio (toque de bola pela equipa que ataca, efectuado atrás da linha de postes da que defende) como o hastear da bandeira no "castelo" do adversário.

na perspectiva do fair play (expressão inglesa para jogo limpo, muito mencionada mas pouco praticada em muitos outros desportos), o rugby é um exemplo de excelente relacionamento entre praticantes (claro que há excepções). é prática comum a equipa derrotada fazer um corredor, no final do jogo, que os vencedores atravessam, sob o aplauso dos adversários (há casos em que são os vencedores que premeiam o esforço dos vencidos fazendo eles o corredor). também é muito comum que ambas as equipas se encontrem após o jogo, para conviver, deixando claro que o desporto é uma prática social. quem seguiu a participação portuguesa no último mundial (sim, estivemos lá!), onde uma equipa amadora fez frente aos maiores do mundo (e marcamos um ensaio a cada um dos adversários), de certeza se recorda dos relatos desta reunião pós-jogo com a nova zelândia, e os nossos "lobos" a sair pelo corredor formado pelos "all blacks", debaixo de palmas (levamos 108-13, e fizemos um ensaio memorável).

no que diz respeito ao impacto da modalidade, basta dizer que uma das mais antigas e tradicionais competições que se disputam é o torneio das 6 nações (porque a itália se juntou ao das 5...), sendo o mundial de rugby, disputado de 4 em 4 anos, a terceira manifestação desportiva mais seguida pelo público, logo atrás dos jogos olímpicos e do mundial de futebol.

cá, os nossos "lobos" são motivo de orgulho crescente em ambas as variantes
(ainda maior na de sevens). treinadas por um homem empenhado e meticuloso (tomás aires), o rugby nacional tem ganho projecção e admiração internacional, sendo no entanto pouco apoiado dentro de fronteiras. fiquem com a imagem mais forte que deixamos no mundial do ano passado...

http://www.youtube.com/watch?v=RxxKqLx7e6c

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