domingo, 18 de janeiro de 2009

elogio do erro




há dois tipos de erro: o de boa fé, e o de má fé. acerca deste, nunca os meus dedos premirão tecla alguma para elogiar, nada do que aqui vou escrever se lhe refere. acerca do outro, leiam em baixo.

errar é uma das minhas especialidades. não erro muitas vezes, mas erro muito bem. erro com ingenuidade e charme, sou quase majestoso a reconhecer erros (o quase é a minha réstia de modéstia a escrever).

porque errar permite-nos crescer melhor do que acertar e ganhar. quando se acerta, a alegria esconde o que se pode melhorar, e há menos margem de crescimento (não vale errar de propósito, cai-se na má fé).

também nos permite entender-mo-nos melhor, descobrir limites pessoais. quando se acerta, ainda não chegamos lá, mas o erro indica claramente o limite.

claro que não basta errar. é preciso depois viver e conviver com o erro. entende-lo, aceita-lo, acarinha-lo, pôr-lo a dormir, e construir em cima.

mais do que os animais (que não nos entendem tão bem como se pinta, é afirmação de gente que tem dificuldade em dar-se, e a escolha do vídeo foi infeliz, mas não arranjei melhor) os erros são os nossos melhores amigos.

e há a questão da democracia: como o sol que brilha para todos, também todos somos capazes de errar (ainda que a democracia não se aplique às consequências dos erros, está mal de ver).

aliás, os únicos que não cometem erros são os que nada fazem, nada escolhem, nada tentam, nada aprendem. esses não cometem erros, no plural, cometem erro, singular, mui grave, por omissão de viver.

http://www.youtube.com/watch?v=DDFEDzQCqRE

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