segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

love never leave



funny thing, 'bout love: acaba, mas não vai embora.

independente de como foram, morte natural, doença súbita ou prolongada, suicídio, fome ou sede, fuzilados perante um pelotão inamovível no intento, morram como tiverem morrido, nunca vão.

não ficam no coração, a ver o sangue passar; não ficam algures no cérebro, a sentir choques eléctricos; não ficam no fluxo da memória.

há um quarto (a expressão em português não será a mais precisa, chambre soa-me melhor, para o caso) na alma, onde vivem todos os amores passados.

mas não ficam em forma de pessoas, sentadas em sofás ou almofadas espalhadas pelo chão de madeira envernizado; nem em forma de memórias, a baloiçar na brisa de pensamentos passageiros. ficam em forma de sentimento, todos juntos, porque na realidade são irmãos. conversam de passados, presentes e futuros, acho que falam muito de futuros, sonham. acho também que são alegres, riem frequente. e choram, por vezes, acabrunham-se juntos. umas vezes pelo amor que está para juntar-se-lhes, breve, outras porque me cruzo com a pessoa de um deles, que está frágil.

será exagerado escrever que fomos os amores que amámos. não o será tanto se repararmos que somos aquilo em que acreditamos e a que nos damos.

que estejam confortáveis e ansiosos, os meus, porque amanhã é 2ª feira.

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