correndo o risco de me tornar monótono e repetitivo, por andar a dançar em volta do mesmo assunto, tenho neste post a desculpa brutal de estar a dançar com a inêsita.
o assunto é a atitude das pessoas em frente ao trabalho público, ontem escrevi de "meros" funcionários, hoje de uma beleza no topo da carreira.
inês despertava em mim emoções mais profundas que a irmã (já de si, potente). inês era menos mainstream, aparecia em filmes com pessoas mais parecidas com o comum mortal, parecia mais tocável, (a)ta(i)ngível. está visto que um fulano vê numa mulher o que quer ver.
no passado fez papel de puta, mas hoje, inês é deputada. pode ver-se isto de duas perspectivas: a pragmática, onde é um upgrade; e a minha, onde é uma desilusão (não me atrevo a escrever desperdício, porque me conformo em aceitar que a moça só tinha de valor o que eu lhe queria ver).
hoje, inês viaja em primeira classe para paris, semanalmente, no nobre papel de ver se os filhos fazem os trabalhos de casa, enquanto ela se desgasta no nosso parlamento. inês não viaja em executiva, porque inês já não é puta. inês é deputada, viaja em classe conforto, por umas centenas de euros a mais, que o parlamento, sem lhe dar um tratamento diverso dos colegas, paga e cala.
inês, que está na comissão de ética do parlamento (por ter elevados parâmetros morais, visto que já não é puta), não acha mal um primeiro ministro mentir acerca de corrupção e associação a negócio público, porque houve um outro que mentiu muito mais, acerca de armas de destruição massiva. se inês estivesse na tal comissãozita quando o durão mentiu, talvez também o desculpasse, porque haveria certamente outro primeiro que teria mentido acerca de algo, antes, o que desculparia todas as mentiras posteriores.
esta é a mais fiel (por inesperada) interpretação da queda de um anjo, do camilo.
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