quinta-feira, 22 de abril de 2010

névoas



porra, já é abusar.

o tribunal da relação de lisboa absolveu domingos névoa, o artista que tentou subornar o mano zé (sá fernandes, o político, outro artista, mas isso não é para aqui chamado).

fazendo um resumo da situação, o fulano tentou subornar com 200 mil euros o mano zé que, com a ajuda do mano ricardo (sá fernandes, advogado), montou uma armadilha com a judiciária, mais escutas, e o névoa foi apanhado em delito evidente.

trigo limpo, daquelas de nem precisar de julgamento.

mas isto é um estado de direito, e é evidente que houve julgamento. sentença, em vez de pildra, uma multa. recorre o ministério público de tal vergonha, e saí uma maior: sentença da relação, absolvido. não sei se haverá recurso para o supremo, mas se houver é melhor nem tentar, ainda o vão louvar por iniciativa.

a razão da absolvição é uma tecnicalidade, porque sendo evidente que se tratou de um acto de corrupção, não configura um qualquer aspecto da descrição desse acto conforme ele estará descrito no código penal.

fazendo uma chalaça, a modos de, em absurdo (e vendo bem, nem tanto), um fulano ser absolvido de pagar uma corrupção com uma nota 100 euros porque o respectivo código não descrimina que a corrupção pode ser paga em notas (ou que só vale se forem de 100 euros, com determinado número de registo, com determinada ponta dobrada e assim por diante).

depois de um professor da clássica tentar equiparar a homossexualidade à bestialidade num exame, depois de se saber que o mexia embolsou mais de 3 milhões de euros em bónus (inclui o salariozito) de uma empresa pública (pública!, pá, do povo) que cobra valores brutais ao povo (os donos, pá, é pública), só faltava a decisão da relação para ficar tudo nublado.

o maior problema económico, para mim, que o país tem (mais que a preguiça, a impreparação ou a falta de perspectiva e de inteligência) é a corrupção.

um dos maiores problemas que a que a sociedade portuguesa tem é a falta de vergonha na cara. se as pessoas lhe apontassem o dedo na rua, deixassem de fazer negócios com ele, isto não se repetia e não se ficava o espertalhão a rir. claro que se a justiça condenasse a corrupção também não.......

2 comentários:

  1. O meu comentário nada tem a ver com o post (sorry) mas queria dizer-te, apesar do adiantado da hora (exactamente 06.10h), que me comoves. As tuas palavras acerca da menina da compota também são doces. Obrigada.

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  2. nem si se rir ou chorar. acho que geralmente dá-me mais para chorar...

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