sexta-feira, 12 de novembro de 2010

do what the dozzers do



alguns nunca viram, outros nem se lembram(avam), fraggle rock foi uma série que passou na televisão, depois dos marretas (the muppet show), ainda no tempo dos dois canais públicos e mais nada.

no resumo, o criador (jim henson, o mesmo dos marretas) fala dos fraggles e dos doozers, os primeiros viviam para cantar e os segundos eram trabalhadores afincos, e construíam estruturas que os fraggles.... bem, comiam. (henson não menciona aqui os gorgs, uns gigantes que viviam num quintal e que perseguiam os fraggles quando estes os visitavam, excepto um, tolinho, que gostava deles)).

simplismificando, os doozers trabalham e os fraggles usufruem do trabalho deles, ring any bell? (vou deixar os gorgs fora: poderia relaciona-los com as grandes multinacionais, mas era falso e forçado, porque estas dominam e os gigantes só se atrapalhavam e nunca tinham o que queriam).

mais recentemente que a emissão dos fraggles, há coisa de um ano atrás, o país ainda concordava por maioria absoluta que o maior problema nacional era a produtividade. hoje não há consenso acerca disto, porque se começou a particularizar, apontando dedos a sectores (do estado) pouco produtivos, a falar em reduzir direitos, remunerações e complementos, em avaliações, em, pasme-se, não dar por garantido progressão na carreira só porque se lá está há "x" ou "y" anos.

alvo fácil, por estes dias, é a justiça e o sindicato dos magistrados (porque se põem a jeito). seria fácil reconhecer-lhes a razão nas reclamações se a justiça fosse justa; seria fácil reconhecer que as propostas do orçamento para o sector revelam perseguição política se houvesse realmente políticos condenados por corrupção (há o isaltino, de excepção, e adianta muito); seria fácil aceitar que tivessem privilégios (eu aceitaria facilmente) se eles resultassem em celeridade e eficácia (características que se aplicam mais aos avançados do sporting que aos tribunais). não havendo nada disto
(há excepções, e são bem boas, mas a regra, mademoiselle, a regra....), é difícil.

seria também fácil de aceitar os seus argumentos se algum (já me basta um) mandasse o estado à fava, mais as suas regalias reduzidas, e viesse para o sector privado. mas curiosamente, o fluxo é inverso, e quanto mais se ouvem queixas das condições públicas, mas profissionais ambicionam essas condições. é o direito ao contraditório, suponho.

claro que os juristas privados (leiam advogados) não estarão melhor vistos, existem mesmo mais anedotas deles que de alentejanos e quase tantas como de loiras, mas não só há também excepções (a minha advogada é uma boa, e ainda em cima, o raio da cachopa é uma tara), como nunca se ouviu nenhum reclamar de má remuneração: pudera, cada um ganha conforme o trabalho que, realmente, produz (ou convence o cliente que produziu, o que é outro assunto).

isto aplica-se a todos os outros sectores, mas encontrei este vídeo, e como já ando com ganas de escrever do sindicato dos magistrados há um tempo, saiu-me.

doozers têm gosto no trabalho que fazem, são felizes por o fazerem e não se incomodam que os fraggles lho comam. seria diferente se os fraggles comessem a ritmo vertiginosamente acelerado o que os doozers constroem....

let's do what doozers do, singing with a smile.

2 comentários:

  1. Ui, amigo...Não tens medo das retaliações? eheheh E não será este teu post uma retaliação por algo que te fizeram ou deixaram de fazer? É claro que a redução salarial se aplica a todos aqueles que auferem vencimentos pagos pelo estado e com as mesmas taxas que são aplicadas aos senhores magistrados, mas isso é só um pormenor...;-)

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  2. aqui é portas abertas e, de qualquer modo, nenhum magistrado que me tenha desagradado lerá isto.
    para eventuais retaliações, é ligar e marcar hora, combina-se qualquer coisita....

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