terça-feira, 2 de março de 2010

he's looking at you kid



..... de certeza, onde quer que esteja.

hoje foi um dia triste, notícia má, daquelas que revelam tantas queixas dramatizadas serem realmente imbecis.

as pessoas queixam-se de males de amor, de incompreensão profissional, de incompetência geral, de falta de tempo e dinheiro para o que querem fazer, do tempo e do espaço. queixam-se de quaisquer coisas que lhes empecilhe a vida, muito ou pouco, sem nunca olharem para o coeficiente de responsabilidade que têm nessas coisas. e quanto menos a coisa empecilhar, mais dramatizada é.

e quando se perde alguém que se ama? e quando alguém que se ama nos falha, vivo? e quando alguém que se ama está longe tempo demais, por mesquindad doutrem?

nessa altura percebe-se que o colega ser imbecil não importa, que o clube não ganhar importa muito pouco, que se chove há duas semanas sem parar importa nada e que não se devia ter dado importância de chorar por algo que se deitou porta fora.

e porque raio parece estas coisas só acontecem a gente boa, e sã, e generosa?

e que podem essas pessoas sãs (e as outras, claro) fazer quando algo assim acontece? deixar de acreditar que o mundo tem lógica? como se explica a um filho que o mundo lhe foi injusto? como adormecemos num mundo que nos foi injusto? como sonhamos nele, e para que ele seja melhor?

confesso que nestas alturas me apazigua a ideia de que fazemos parte de um todo espiritual, que todos estamos ligados e fluímos agregados, que não basta alguém morrer para nos deixar, porque as almas, força de se amarem, não se afastam.

talvez se possa explicar assim a um filho a injustiça que ele sente. talvez se possa assim serenar a que sentimos. talvez não, mas se não assim, não sei mesmo como.

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