faz vinte anos que nelson mandela foi libertado, depois de vinte e sete anos preso por discordar de um regime racista.
eu cresci com mandela preso (uma coisa engraçada, na vida das pessoas até certa idade, é imaginarem que a vida do mundo começa quando elas dela tomam consciência, ou seja, quando elas se começam a interessar pelo mundo e a absorve-lo). foi para mim algo fascinante quando foi libertado, coisa de que se começou a falar semanas e meses antes de acontecer, e a mim parecia impossível (pelo que escrevi entre parênteses).
pouco depois da queda do muro de berlin, aquilo focou a minha perspectiva de mundo, por assistir ao poder da razão sobre a opressão, quando aquela é abraçada pela opinião pública.
e o que aconteceu depois da libertação do homem das camisas garridas ainda me impressionou mais, porque a libertação gerou outros resultados, os mais importantes (por mais abrangentes), democracia, correcção de leis absurdas, recuperação de identidade e estima nacional, ocupação do poder por quem queria o bem dos seus, e não o seu bem.
há sonhos assim, costumam estar relacionados com pessoas assim.
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