quarta-feira, 29 de maio de 2019

bom dia



















(ou boa tarde, ou boa noite, dependendo da hora de leitura)

hoje estava a tentar entrar num prédio de que tenho chave da rua, mas fico sempre minutos a tentar que a dita chave abra a porta.

estava a debater com a fechadura, e estava um grupo de quatro pessoas de uma obra em frente, coisa grande, de ocupar todo o passeio com estaleiro, polícia a controlar entradas de pesados, múltiplos engenheiros.

a pessoa que mais falava, um operário, estava a desbastar num dos engenheiros da obra (que não estava presente, as outras três pessoas, uma mulher e dois homens, seriam técnicos, pela atitude): "não vale nada (ou algo de semelhante teor), entra pela obra e nem dá os bons dias!".

há alguns anos, numa outra obra (que eu fiscalizava) um pedreiro falava, de forma macia mas sentida, acerca do empreiteiro: "nem uma sanita põe aqui, para o pessoal, como se fossemos animais (algo do teor)".

obras e empreitadas serão temas excelentes de estudos sociológicos e comportamentais. eu tenho um valente fascínio pelas relações humanas, pelo que está subjacente aos comportamentos de cada indivíduo, o que o/a leva a agir de determinado modo, valorizar algo com determinado valor.

dar os bons dias é de graça.

colocar uma sanita de obra em obra, não sendo de graça, é poupança, porque evita pessoal a sair para ir mijar e cagar fora.

o que leva pessoas "de mais elevada importância" a agir como escrevi, é necessitarem dessa "mais elevada importância".

lá consegui abrir a porta, e o dia melhorou.

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