por causa do corona (não a cerveja, tal pecado), todos temos de fazer alterações bastante radicais na vida diária.
uma das de cá de casa é que, por dificuldades de fazer compras (horários, filas), acabámos por reverter algumas refeições a menus de sopas (long overdue).
eu raramente cozinho, nunca fui grande chef, fazia meia dúzia de coisas para não morrer de má nutrição e para encantar umas amigas.
depois veio o gustavo, e aprendi a fazer sopa (e a ter fruta descascada em taças, para picar ou colherar).
um dia vi a sandra a fazer uma, em s. jorge, e a partir da dela, personalizei.
as sopas saiam-me bem, gustavo gostava, eu também, e as amigas lambiam os lábios enquanto achavam amoroso.
imediato, mami começou a fazer para o neto, perguntava como eu fazia, fazia igual, e perguntava se estava boa.
imediato, mami começou a fazer para o neto, perguntava como eu fazia, fazia igual, e perguntava se estava boa.
depois veio a patrícia, que fazia uns panelões de sopa épicos.
a joana fazia pastas, eu ganhei pança (não foi só culpa/mérito dela....) e ainda fazia sopas de vez em quando.
a verdade é que fui espaçando (e espançando), e já era muito raro.
estas palavras todas porque hoje voltei a fazer sopa, e é importante para mim.
a vida dá voltas, faz arcos, às vezes concêntricos, muitas vezes não, por vezes fecham-se, outras dançam até ao infinito separados, mas à vista e perto do coração.
p. s. - e gostava de saber como estás. de saúde também, claro, mas gostava mesmo era de saber como estás.
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